Homem condenado a 20 anos por morte da irmã e ferimentos na mãe
O Tribunal de Vila Real condenou hoje a 20 anos de prisão o sexagenário de Montalegre que matou a irmã e esfaqueou a mãe em março do ano passado.
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País Montalegre
O julgamento do arguido, um emigrante reformado de 66 anos, começou em novembro no Tribunal de Vila Real.
A juíza condenou Fernando Miranda a 14 anos pelo homicídio simples da irmã e a sete anos pelo crime de homicídio qualificado tentado da mãe, atribuindo-lhe uma pena única de 20 anos de cadeia.
O arguido terá ainda que pagar uma indemnização de 27 mil euros à mãe e 311 mil euros ao cunhado e sobrinhos.
A juíza referiu que, durante o julgamento, não se apurou o motivo pelo qual Fernando Miranda atingiu a irmã com seis facadas, no entanto salientou que se tratou de um "ato gravíssimo" e que "nada justifica o que fez".
"A forma como a sua irmã morreu às suas mãos foi violentíssima", considerou a juíza.
Ao coletivo de juízes, durante o julgamento, o arguido admitiu os crimes e mostrou-se "muito arrependido".
Os dois irmãos não falavam há três anos. Naquele dia, disse ter ido às compras e que, ao regressar a casa, encontrou o carro da irmã mal estacionado na área comum, tendo-lhe pedido para retirar a viatura o que a mulher não fez.
Contou ainda que a irmã o chamou de "sujo e ladrão", uma provocação que acabou com a agressão. A mãe ao ouvir os gritos veio à rua e acabou por ser também atacada, tendo ficado na altura com alguns ferimentos e internada durante alguns dias no Hospital de Chaves.
Apesar das manobras de reanimação, a irmã, professora reformada, não resistiu aos ferimentos, tendo o óbito sido confirmado no local.
Após os crimes, o arguido fugiu do local para Braga, de onde ligou à mulher e ao único filho e foi a família que o foi buscar e o levou às instalações da Polícia Judiciária de Vila Real.
A advogada de defesa, Guilhermina Sousa, considerou a pena "demasiado pesada" e disse que vai recorrer.
Na sua opinião houve uma "errada apreciação" da matéria de facto.
Por sua vez, Isabel Rodrigues, a advogada assistente das vítimas afirmou "que se fez justiça", no entanto, disse não concordar com a desqualificação do crime de homicídio qualificado para homicídio simples, uma situação que referiu que ainda vai analisar para ver se há matéria para recurso.
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