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Marchas de Lisboa reforçam preparativos

A um mês e meio do maior evento festivo de Lisboa - as marchas de Santo António -, as coletividades de cada bairro reforçaram os trabalhos e preparam-se para inovar sem esquecer a tradição, para animar, mas sobretudo para vencer.

Marchas de Lisboa reforçam preparativos
Notícias ao Minuto

10:07 - 04/04/15 por Lusa

País Santo António

"A preparação para as marchas de Santo António é um processo que requer tempo e trabalho árduo", admitiu à Lusa o responsável pela representação do bairro de Alcântara nas marchas populares, Francisco Ferreira.

Tradição da capital desde o século XVIII, as marchas populares de Lisboa constitui um desfile de grupos bairristas que, na véspera de Santo António, padroeiro de Lisboa (a 13 de junho), exibem arcos, trajes, cantares e danças típicas, sendo anualmente escolhido um vencedor.

Os preparativos começam "em outubro/novembro", como adiantou Francisco Ferreira, acrescentando, no entanto, que os ensaios da marcha tiveram início a 10 de março.

"O nosso truque é o trabalho diário", explicou, sublinhando que o grupo tem "de dar 120% nos ensaios para depois apresentar a marcha às pessoas e elas gostarem. Isso é gratificante".

Para Francisco Ferreira, o importante é a consistência e, por isso, é que "de há uns anos para cá [se mantém] sempre o mesmo grupo", uma vez que já "se conhecem os prós e os contras de cada um [marchante]".

Enquanto Alcântara ensaia há quase um mês, Marvila espera por dia 20 para começar.

Marco Silva, responsável pelas marchas deste bairro, disse à Lusa que já têm "mais do que um arco feito" e que os "fatos estão praticamente todos desenhados e cortados".

No entanto, para Marco Silva, mais do que a preparação, importa a criatividade, para "não imitar tudo aquilo que já foi feito".

O desejo de ser criativo mas também de ser o mais profissional possível levaram Marvila a ir buscar o encenador, coreógrafo e figurinista Nuno Lopes, para ajudar "a representar [a marcha] de forma [mais] produtiva", conclui Marco Silva.

Quando questionados sobre as expectativas que têm para o desfile, os responsáveis garantem que, além de participar, o principal objetivo é vencer.

"Este ano vamos novamente tentar vencer", disse à Lusa Vanessa Rocha, ensaiadora das marchas de Alfama, que garante que o objetivo é conseguir o primeiro lugar no pódio pelo terceiro ano consecutivo.

Com os ensaios a começar a 27 de abril, Vanessa Rocha sublinha ser preciso dinheiro porque, apesar de o ambiente pretendido ser de festa, a competição das marchas implica custos elevados.

Todas as coletividades bairristas que participam nas marchas populares de Lisboa contam com o apoio da Câmara Municipal, que atribui da cada marcha 27 mil euros, das respetivas juntas de freguesia e de comércio local.

Comparticipações que nem sempre chegam para os planos dos ensaiadores. Por isso, para Vanessa Rocha é importante arranjar "outras formas de angariar dinheiro".

Uma das soluções que Alfama arranjou foi criar uma revista própria para vender ao público, disse a ensaiadora.

As marchas de Santo António, tal como as restantes festas populares da capital, são todos os anos organizadas pela Empresa de Gestão e Equipamento e Animação Cultural (EGEAC).

A empresa cultural divulgou em novembro passado que as marchas a concurso vão desfilar pela Avenida da Liberdade no dia 12 de junho pela seguinte ordem: Infantil da Voz do Operário, Mercados, Bela Flor, Mouraria, Santa Engrácia, Marvila, Alfama, Graça, São Domingos de Benfica, Carnide, Madragoa, Benfica, Bica, Alcântara, Bairro Alto, São Vicente, Olivais, Baixa, Lumiar, Alto do Pina, Beato e Ajuda, esclarece a EGEAC.

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