"Nem foi preciso fazer grande esforço porque a marca tinha já património importante e alguns dos clientes vieram de sua iniciativa ter connosco. Isso aconteceu em alguns domínios, nomeadamente no Médio Oriente, alguns mercados da Europa, África também, onde estamos a ter já, sem fazer parte do nosso plano, um nível de exportação interessante, quando, no primeiro ano, o mercado ibérico seria o nosso principal desígnio comercial", afirmou aos jornalistas o administrador da ARCH Henrique Barros.
Numa cerimónia perante cerca de uma centena de pessoas, incluindo o secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho, na sala de exposição da Fábrica Cerâmica de Valadares, o novo administrador da marca (que ainda integra a massa insolvente) disse que conta com 45 trabalhadores, tendo por objetivo contratar um total de 130 pessoas.
Da parte da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o presidente, Eduardo Vítor Rodrigues, afirmou ser "indescritível em termos de emoção e de sonho cumprido" a reabertura da fábrica e disse sentir-se Valadares, recordando que a autarquia fez a sua parte ao atribuir isenções fiscais ao novo projeto.
Por seu lado, o presidente da concelhia do PSD de Gaia e vereador da oposição, Firmino Pereira, congratulou-se, em comunicado, com a "revitalização e arranque da produção industrial da Cerâmica de Valadares" e pediu ao "atual Governo, através do Ministério da Economia, [para que] tudo faça para apoiar este espirito empreendedor colocado ao serviço desta empresa".
A ARCH (cuja sigla se desdobra em "Advanced Research Ceramic Heritage") resulta de um investimento de mais de 1,2 milhões de euros, proveniente de um grupo de investidores, portugueses e espanhóis, disse Henrique Barros, também ele antigo quadro da empresa.
O agora administrador salientou que o objetivo da nova companhia passa também pela abertura de uma nova unidade industrial.
Todos os intervenientes na cerimónia destacaram o papel do administrador da insolvência, Rui Castro Lima, que lançou o repto para que a recuperação da empresa avançasse.
"Só uma nova empresa, e não é só por questões financeiras, poderia justificar retomar a atividade neste lugar e defender a marca que foi construída em 94 anos e que claramente está no imaginário de muitos que se cruzaram connosco, eu diria um pouco de todos os portugueses", realçou Henrique Barros.
[Notícia atualizada às 18:16]