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Associação de Paralisia Cerebral "sonha" percursos acessíveis

Gondomar, Porto 22 fev - Os residentes com paralisia cerebral da Villa Urbana, localizada em Gondomar, querem criar percursos acessíveis que lhes permitam deslocar-se de forma autónoma em zonas atualmente repletas de barreiras arquitetónicas.

Associação de Paralisia Cerebral "sonha" percursos acessíveis
Notícias ao Minuto

13:33 - 22/02/15 por Lusa

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A Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) edificou, em Valbom, há mais de uma década um conjunto de apartamentos desenhados para pessoas com paralisia cerebral que escolhem morar naquela localidade de Gondomar, distrito do Porto.

São, atualmente, 32 os residentes da Villa Urbana. Saem diariamente para trabalhar ou estudar, mas fazer compras, ir à farmácia, ao banco, ou seja frequentar serviços que estão a dois passos podem transformar-se num pesadelo em casos de mobilidade condicionada.

"Têm toda autonomia cognitiva para o fazer e depois em termos físicos não podem", confirmou à Lusa a diretora técnica e de serviços da APPC-Villa Urbana, Liliana Araújo.

"Estamos convencidos de que, com a evolução tecnológica das cadeiras de rodas e dos instrumentos de marcha, se existirem percursos acessíveis, o grau de dependência é muito menor", acrescentou o presidente da associação, Abílio Cunha.

Assim, Fernando Sousa, agente técnico de arquitetura e engenharia, voluntário há três anos da APPC, deitou mãos à obra, aliás às plantas, e desenhou dois percursos acessíveis.

A Villa Urbana situa-se na Rua Dom Francisco D'Almeida e a menos de 300 metros de distância, na Rua Dr. Joaquim Manuel da Costa, localizam-se balcões da PSP e da junta de freguesia, mas também um sem número de postes e caixas de eletricidade a ocupar os passeios, abrigos de autocarros largos, papeleiras pousadas no chão, passadeiras sem rampa.

O desenho de Fernando Sousa, que já foi apresentado à Provedoria Metropolitana dos Cidadãos com Deficiência, bem como outras autoridades locais, propõe um conjunto de alternativas que inclui o alargamento de passeios e o nivelamento de passadeiras de peões.

"Pretendemos alterar algumas coisas para permitir o percurso com uma certa comodidade", descreveu Fernando Sousa, acrescentando que, dentro da lógica de "facilitar a vida às pessoas", também ponderou no seu projeto sugestões de arranjos que "fossem o mais económicas possível".

Este percurso - bem como um segundo de cerca de 600/700 metros que liga os apartamentos a uma superfície comercial - foram feitos "vezes sem conta" com residentes que se deslocam a pé, cadeira de rodas ou veículo motorizado.

O percurso Villa Urbana/supermercado tem ainda outra finalidade: abranger uma escola, na qual estudam alunos que frequentam atividades extracurriculares promovidas pela APPC. Ou seja, as crianças deslocar-se-iam com "maior comunidade" e "segurança", como descreveu o "projetista voluntário", uma ideia vai ao encontro da convicção de que "estes percursos beneficiariam não só os moradores da Villa Urbana, mas a sociedade em geral", com referiu Abílio Cunha.

"É uma questão de autonomia, uma questão de poderem aceder a todos os serviços de uma forma idêntica aos outros cidadãos, quando quisessem, quando pudessem e sem terem de recorrer ao apoio de uma terceira pessoa", completou Liliana Araújo.

Para por no terreno estes percursos, a APPC já contactou autoridades locais, bem como a

A agência Lusa contactou o presidente da câmara de Gondomar, Marco Martins, que afirmou que esta autarquia "conhece e acarinha" o desejo dos residentes da Villa Urbana, tendo assumido o "compromisso de que os percursos serão implementados ao longo de 2015".

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