No programa ‘Sexta às 11’ da RTP Informação, os familiares de João Gouveia, o único sobrevivente da tragédia do Meco, revelaram que o ex-dux vive uma vida de reclusão e que até já foi ameaçado de morte pelos familiares das vítimas, arrastadas por uma onda na praia do Meco, a 15 de dezembro de 2013.
“O João não consegue regressar à vida. Trabalha em casa ou a partir de casa”, começa por dizer o pai, também João Gouveia, que revela ainda que o jovem trabalha para a empresa de um amigo.
Para a irmã e pai do sobrevivente, a comunicação social é responsável pela imagem de "monstro" que João Gouveia passa.
“O João tem a vida adiada e não consegue regressar à vida. Porque ele é abordado muitas vezes por quem pensa que ele é um monstro”, explica a irmã, Catarina Gouveia.
Quanto às ameaças, o pai garante que “os pais daqueles jovens dizem que vão dar cabo dele. Algumas das ameaças de morte são identificadas. Há um avô que diz que o quer ver morto. Há ameaças concretas”.
Sobre a personalidade do João, o pai afirma que era um jovem “pacato, reservado, sagaz, crítico”. “Tinha um olhar alegre que nunca mais vi e que tenho saudades de voltar a ver”, diz, emocionado.
Para João Gouveia, o pai, o seu filho é o seu herói. “Pela coragem que tem demonstrado. Não desistiu de lutar e vai continuar”, acrescenta.
“Não fez nada de mal. Sobreviveu. Teve de justificar porque é que sobreviveu”, frisa a irmã, que diz não acreditar que naquela noite houve praxe porque João não tinha a colher de pau, que é necessária para praxar. "Não pode ter havido praxe na praia porque o João não tinha a colher de pau", termina.