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Crescimento económico anunciado é "ainda tímido"

O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, disse hoje sentir "ainda tímido" o anunciado crescimento económico e salientou que o desemprego continua a marcar o país, quer o jovem, quer o de longa duração.

Crescimento económico anunciado é "ainda tímido"
Notícias ao Minuto

13:31 - 15/11/14 por Lusa

País Cáritas

"Pessoalmente, sinto ainda tímido e com alguma hesitação o anunciado crescimento económico do país", afirmou Eugénio Fonseca, em Fátima, no início dos trabalhos do conselho geral da instituição que junta representantes das Cáritas Diocesanas até domingo.

Para o dirigente, "o desemprego continua a marcar a vida das famílias".

"(...) Falamos do desemprego jovem, que tem empurrado toda uma geração para a emigração, mas eu pergunto também e, mais uma vez, o que fazer com os pais desta geração, também eles desempregados", questionou Eugénio Fonseca, continuando: "Até quando vamos aceitar que fiquem 'emprateleirados' com a etiqueta 'desempregado de longa duração".

O presidente da Cáritas Portuguesa, reconduzido esta semana pela Conferência Episcopal Portuguesa para mais um mandato, advertiu que "não há Estado social, por mais forte que seja, que possa sustentar tantas pessoas sem autonomia financeira".

"É preciso que Portugal e a Europa se redescubram depois deste período de crise económica e financeira e, também, muito, de uma transversal crise de valores", defendeu Eugénio Fonseca.

Segundo o responsável, "só com este reencontro se poderão dar novos passos" para a construção de uma sociedade com "justiça, solidariedade e partilha".

"Uma sociedade em que não há indiferença pelas instâncias políticas, onde o sentido ético esteja presente nas decisões tomadas e que estas decisões tenham em conta a edificação do bem comum", declarou, referindo ser "prioritário que, ao muito que se tem dito sobre cidadania, se junte, de uma vez por todas, este bem comum que deixa de lado protagonismos e interesses pessoais e institucionais".

Assegurando que a Cáritas Portuguesa não fica alheia às mudanças em curso na sociedade, nem aos efeitos que provocam na vida das famílias, Eugénio Fonseca considerou que a instituição "tem de estar na linha da frente no apoio a quem sente que já perdeu tudo".

"O mundo que hoje habitamos, este Portugal, não é o mesmo de há cinco anos. Que não haja dúvidas sobre isto e que não haja medo, por um lado, de olhar para as causas desta mudança e, por outro, de enfrentar os seus efeitos", desafiou ainda.

Sobre o mandato que agora inicia, Eugénio Fonseca explicou que entendeu dever manter a disponibilidade porque a "atual situação do país, em que ainda são evidentes os efeitos da grave crise social, exige a continuidade e intensificação da ação que vem sendo realizada".

A estreita cooperação com as Cáritas Diocesanas, a melhoria da organização, gestão e viabilidade dos serviços da instituição, com base na qualificação das pessoas que neles trabalham, e a integração nos objetivos e atividades da Caritas Internationalis e Europa são as três linhas de rumo prioritárias do mandato, anunciou o dirigente.

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