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Vinte por cento de casos de Sida foram de imigrantes lusófonos

Aproximadamente 20% de novos casos de infeção por VIH/Sida notificados em Portugal em 2013 ocorreram em imigrantes e parte destes surgiram em cidadãos provenientes de países de África subsaariana, nomeadamente dos países de língua portuguesa, disse hoje fonte governamental.

Vinte por cento de casos de Sida foram de imigrantes lusófonos
Notícias ao Minuto

18:03 - 24/10/14 por Lusa

País 2013

Falando à Lusa, à margem da Conferência "Vamos Ganhar Defesas", organizada pela Liga Portuguesa Contra a Sida, que este ano celebra o 34.º aniversário, o diretor nacional do VIH/Sida em Portugal, António Diniz, disse que a taxa de infeção por VIH/Sida em imigrantes provenientes da países de língua portuguesa representa 20% do universo de estrangeiros lusófonos residentes em Portugal, apesar de ter reduzido nos últimos quatro anos.

"Em relação aos emigrantes que vivem em Portugal, o que sabemos é que o número de novos casos (do vírus que causa a Sida) nesta população tem diminuído, a partir de 2010, altura em que atingiu o máximo, que correspondia a mais de um quarto dos casos notificados e estão nos últimos anos acima de 20 por cento", disse.

António Diniz salientou que tal "significa que no número de novos casos notificados em Portugal, em 2013, cerca de 20% ocorreram em imigrantes e a maior parte destes casos ocorreram nos imigrantes provenientes de países de África subsaariana. E dentro destes novos casos, a grande maioria proveniente dos países de língua portuguesa".

O responsável defendeu a adoção de "melhores estratégias para prevenir que a infeção se transmita dentro desta comunidade" para se "perceber quais são as melhores estratégias para prevenir que a infeção se transmita dentro desta comunidade e traçar melhores estratégias para o mais rapidamente fazer-se o diagnóstico da situação de infeção ou não das pessoas que vivem nesta comunidade".

Intervindo na conferência, que se realizou na sede da CPLP, em Lisboa, António Diniz assinalou a "epidemia tem vindo a multiplicar em Portugal" e citou exemplos:

"Desde 1983 até 2013, isso corresponde a 16% do total, mas este número foi crescendo e a meio da primeira década deste século atingiu os 26%. Nesta altura os dados ainda não foram publicados mas está nos 21%", apesar de nos últimos quatro anos "ter vindo a descer", afirmou.

"Tem importância os países de expressão portuguesa no contexto dos imigrantes infetados por VIH em Portugal? A resposta é sim, porque mais de 80 por cento destes infetados são provenientes dos países de língua portuguesa, incluindo Brasil e Timor", destacou.

Aliás, "os países da África subsaariana correspondem a 3/4 do total de imigrantes infetados. A zona de Lisboa e Setúbal correspondem a 2/3 dos infetados imigrantes e novos casos identificados", acrescentou.

Durante a apresentação dos resultados do projeto "Vamos Ganhar Defesas", que promove a educação de saúde aos imigrantes oriundos da CPLP, Marina Carvalho, da Liga Portuguesa contra a Sida, revelou que "86% da população" de um total de 395 pessoas inquiridas na Amadora, que "tem o dobro de casos em relação à média de toda" a área Metropolita de Lisboa, revelou que nunca fez o teste de VIH/Sida.

"Não consigo perceber isso", afirmou António Diniz, que comentou: "Isso quer dizer que temos que ter uma atenção particular à população imigrante em Portugal e, particularmente, em relação à população proveniente de países de língua portuguesa, porque as taxas de infeção destas pessoas nas suas comunidades são elevadas".

Desde o lançamento do projeto "Vamos Ganhar Defesas", em 2010, a Liga Portuguesa contra a Sida tem vindo a divulgar informação à grupos específicos e vulneráveis de imigrantes oriundos da CPLP sobre boas práticas de saúde, nomeadamente sobre a alimentação adequada e equilibrada, manutenção dos cuidados de higiene e prevenção das doenças infeciosas.

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