De acordo com jornal i, nos últimos dois anos a violência doméstica deixou 107 crianças órfãs de mãe, mas o que acontece a estas crianças é uma incógnita.
A União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) lamenta a situação e considera que deve haver mais intervenção nestes casos, até porque além de perderem as progenitoras, as crianças perdem também outro pilar importante nas suas vidas: o pai, que embora não morra fisicamente acaba por ser afastado.
O relatório nacional das comissões e proteção de crianças e jovens mostra que a exposição à violência doméstica ditou a ocorrência de 5.212 casos deste género, e que dentro deste número 161 crianças foram sujeitas a maus-tratos.
Especialistas consideram que é importante saber o que acontece a estas crianças uma vez que os traumas podem ter consequências a prazo, repetindo-se os ciclos de violência no futuro.
Elisabete Brasil, da UMAR, refere que existe conhecimento de casos em que a criança é integrada nos seus agregados familiares, mas que apresentam dificuldades, não se sabendo como é que conseguem superar esta situação.
A questão está a ganhar maior visibilidade após o crime de Soure, em Coimbra, em que a filha mais nova da família perdeu a mãe e a irmã mais velha e o pai, autor do crime e que se encontra em prisão preventiva.
Só este ano já morreram 30 mulheres vitimas de violência doméstica.