Dois homens e uma mulher de nacionalidade portuguesa que foram detidos em 2023 por serem suspeitos do assassinato de um compatriota de 70 anos, em 2019, começaram a ser julgados na sexta-feira, na província espanhola de Zamora.
O advogado da acusação, Miguel Ángel Martín Anero, deu conta de que pedirá a pena máxima para o trio, uma vez que se tratou de “um claro homicídio” por razões económicas. O responsável apontou que os suspeitos pretendiam roubar o dinheiro que a vítima tinha nas suas contas bancárias e que, apesar de os arguidos se culparem uns aos outros, o idoso “não teve qualquer possibilidade de defesa”, noticiou o La Opinión de Zamora.
O mesmo meio adiantou que, de acordo com o advogado, os factos indicam que os suspeitos “o tenham adormecido e afogado no rio, além de o terem amarrado com fita adesiva, o tenham colocado num saco de cal viva e o tenham deixado enterrado... até que apareceu”.
Já o Ministério Público pediu uma pena de 25 anos de prisão para um dos homens e para a sua companheira, além de 14 anos de prisão para o terceiro elemento, enquanto cúmplice.
Isto porque, segundo a acusação, o casal transportou a vítima até ao lago de Sanábria, onde lhe deu uma substância para que adormecesse. Depois, os suspeitos afogaram o homem e atiraram o seu corpo para o rio Tera – amarrado, com a boca e cabeça tapadas com fita adesiva e as pernas num saco de cal viva. O terceiro arguido, que era colega de casa do idoso, terá permanecido em Verín, para ter um álibi.
A defesa, por seu turno, pediu que os três indivíduos fossem libertados sem acusação, argumentando que não existem provas de que tenham sido eles os responsáveis pelo crime. Negou, inclusive, que o alegado cúmplice tenha estado envolvido no caso, e apontou que o outro homem encontrava-se internado num hospital no Porto na altura do crime. Já a mulher terá dito que tinha problemas nas costas e, como tal, não poderia ter atirado o corpo da vítima para o rio.
Recorde-se que o cadáver do português foi encontrado no final de dezembro de 2019, no rio Tera. As autoridades equacionaram que poderia tratar-se de um suicídio e tentaram identificar a vítima, mas não tiveram sucesso. A investigação só deu frutos dois anos depois, quando foi possível apurar a identidade do homem, com recurso a impressões digitais armazenadas pelas autoridades do Reino Unido, onde o português tinha residido e tinha antecedentes criminais.
Os três suspeitos foram detidos em 2023 e, tal como a vítima, viviam entre Verín e Chaves. Desde então que estão em prisão preventiva.
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