"Nós temos de olhar para isto de uma forma muito tranquila. Quem quiser fazer isto por bem, terá toda a nossa solidariedade política. Quem achar que vem para aqui com táticas políticas, eu farei o combate duro na rua, que é onde eu estou bem, junto das pessoas", garantiu João Azevedo, em entrevista à agência Lusa.
Nas eleições autárquicas de domingo, o PS venceu a Câmara de Viseu com mais 799 votos do que o PSD. Os socialistas conquistaram 42,28% do eleitorado (24.095 votos) e quatro mandatos.
Na oposição ficou o PSD, também com quatro mandatos, ao conseguir 40,88% (23.296 votos), e o Chega elegeu um lugar com 8,53% (4.859 votos) dos 56.989 votantes, num universo de 92.583 inscritos.
Na segunda-feira, o candidato eleito pelo Chega, Bernardo Pessanha, revelou à Lusa que rejeita coligações, não aprovará medidas socialistas e só concordará com o que for bom para os viseenses. E disse que pedirá uma auditoria às contas.
Hoje, João Azevedo disse que o Chega pode fazer "aquilo que entender" em relação às contas autárquicas, mas o novo executivo não tem essa intenção.
"Nós respeitamos os serviços da Câmara Municipal e o legado que recebemos. As contas são públicas. A Câmara Municipal de Viseu tem estabilidade financeira, está equilibrada".
Sobre as medidas a aprovar, João Azevedo questionou se "os vereadores da oposição estarão contra um investimento das áreas empresariais para criação de emprego" ou "a gratuitidade dos transportes públicos".
"Eles terão de dizer porque é que votam, com todo o respeito democrático", vincou João Azevedo, acrescentando que "o povo é soberano e sabe bem em quem confiar".
E realçou: "Não há acordos nenhuns. A única coisa que vai haver são conversas e explicação, tolerância absoluta. O acordo é tratar bem do território e fazer desta cidade e deste concelho liderante na região Centro".
Quando o seu executivo tomar posse, uma das prioridades será reunir com a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), para que a capital de distrito se torne "a terra das oportunidades".
João Azevedo disse que pretende "encetar rapidamente a planificação da reabilitação das áreas de localização empresarial, em paralelo com a revisão do PDM (Plano Diretor Municipal)".
"Parece-me que isto está muito travado, é preciso desbloquear e rapidamente reagir, para que possamos ter respostas para as entidades que já nos contactaram nas últimas horas" com o intuito de se instalarem no concelho.
Segundo João Azevedo, "as pessoas estavam fartas de não ter respostas", devido a "um modelo com um travão enorme que não respondeu àqueles que querem fazer investimento".
"Havia um entrave permanente, uma incapacidade. Normalizaram os serviços mínimos. Não pode ser", frisou.
No que respeita aos transportes públicos, João Azevedo pretende que o sistema Mobilidade Urbana de Viseu (MUV) tenha "mais rotas, melhores horários e gratuitidade".
Neste âmbito, vai rever o contrato existente com a empresa concessionária do MUV "relativamente às rotas e à melhoria de horários", e estruturar o próximo orçamento municipal para que os transportes públicos passem a ser gratuitos.
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