"Irá melhorar a vida daqueles que escolherem estudar ao longo do seu processo de envelhecimento, cultivando a frescura física e intelectual, sendo úteis, aprendendo, convivendo e apoiando os mais novos", disse Joaquim Brigas na abertura da conferência "SER 65+", que decorreu, hoje, no Instituto Politécnico da Guarda (IPG), citado num comunicado enviado à agência Lusa.
O encontro reuniu especialistas de Portugal e Espanha para debater estratégias e soluções que promovam o envelhecimento ativo e saudável nas regiões de baixa densidade populacional.
Na sessão, Joaquim Brigas anunciou a criação do Gabinete de Apoio ao Estudante Sénior para acompanhar todos os interessados em ingressar no ensino superior no Politécnico guardense.
Servirá também para o reconhecimento de competências e estabelecimento dos ECTS [Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos] necessários para os alunos seniores completarem as licenciaturas.
O futuro Gabinete ajudará ainda na formalização dos processos de inscrição e noutras questões em que surjam dificuldades.
"Queremos assegurar que não será por questões burocráticas, ou por desajustamento da máquina administrativa, que os seniores deixarão de estudar nas nossas escolas", garantiu Joaquim Brigas.
Joaquim Brigas revelou que o IPG irá criar as figuras de tutores e de mentores para que os estudantes seniores possam "acompanhar, apoiar e orientar os seus colegas mais novos dando uso às competências que adquiriram ao longo das carreiras profissionais".
Entre as funções a atribuir aos alunos mais velhos está a tutoria em atividades de empreendedorismo na incubadora de start-ups do IPG, a mentoria em práticas pedagógicas, na formação de professores ou noutras áreas em que a sua experiência profissional possa ser útil.
"Há muitos seniores na Guarda e na área de influência do IPG que têm todas as condições para retomar a formação académica que concluíram ou interromperam quando tinham vinte e poucos anos", declarou o presidente do Politécnico.
O responsável acrescentou que também há outros que, "por diversas razões, não estudaram tanto quanto desejavam -- e que têm agora uma oportunidade ímpar para o fazerem em verdadeiros cursos de licenciatura ou mestrado" no IPG.
O Politécnico guardense tem "óbvio" interesse em poder recrutar "pessoas com uma vida rica de muitas décadas, com imensos conhecimentos e experiências", os quais "serão ótimos colegas para os alunos que entram nos cursos com 18 ou 19 anos".
"Este nosso desafio aos seniores vai-nos enriquecer muito enquanto instituição. Mas irá também melhorar a vida daqueles que escolherem estudar ao longo do seu processo de envelhecimento. Será um produtivo convívio intergeracional", defendeu Joaquim Brigas.
O projeto "SER65+" é financiado pelo Programa Interreg Espanha--Portugal (POCTEP), apoiado pela União Europeia, e envolve, além do IPG, a ULS da Guarda, a CIMRBSE, a consultora portuguesa INOVA+ e a Fundação Formação e Investigação dos Profissionais de Saúde da Extremadura (Mérida, Espanha).
Outros parceiros são a Fundação Centro de Cirurgia Minimamente Invasiva (Cáceres), a Universidade da Extremadura (Badajoz) e o Cluster Socio-Sanitário da Extremadura (Cáceres), de Espanha, e o Centro para a Economia e Inovação Social, da Guarda.
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