A Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores (CPPM), que dedica um capítulo do seu relatório anual à atividade da CEP Portuguesa, sugere que o mecanismo de auditoria integre vítimas e sobreviventes no desenvolvimento de políticas.
Depois de em 2022 ter pedido a uma Comissão Independente um estudo sobre casos de abuso sexual na Igreja em Portugal nos últimos 70 anos, a CEP criou no ano seguinte o Grupo Vita, para receber queixas de abusos, trabalhar na prevenção e acompanhar vítimas e agressores.
No início de 2023, a Comissão Independente tinha apresentado um relatório, validando 512 testemunhos relativos a situações de abuso.
Segundo a Ecclesia, a CPPM recomenda também que o Grupo Vita tenha "um mandato forte e claro" da CEP para "promover uma formação robusta em matéria de proteção em todas as dioceses", apelando para que as comissões diocesanas promovam "uma recolha robusta de dados (...) para promover uma cultura de transparência e a responsabilidade baseada em dados".
Os bispos portugueses são convidados a "facilitar o acesso" ao relatório final da Comissão Independente.
O relatório da CPPM destaca, por outro lado, as medidas positivas adotadas em Portugal, como a criação de comissões diocesanas com leigos capacitados, a divulgação acessível dos canais de denúncia, a criação de programas de formação e sensibilização ou o trabalho no "acompanhamento das reparações dos danos causados às vítimas e sobreviventes de abuso sexual", cita a Ecclesia.
A CPPM foi criada pelo Papa Francisco em 2014, analisando o seu relatório anual as políticas e procedimentos adotados pela Igreja Católica a nível mundial para a proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis.
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