"A aposta da Madeira não é no quantitativo, é qualitativo", declarou Miguel Albuquerque aos jornalistas à margem da cerimónia de atribuição de medalhas de mérito turístico a cerca de 30 personalidades e entidades do arquipélago.
O chefe do executivo madeirense salientou que a região tem em curso "um processo de reorganização desta indústria [turismo, uma das principais atividades económicas da Madeira]" e está a realizar "todo o trabalho para evitar a grande pressão sobre as zonas mais sensíveis do ponto de vista dos ecossistemas".
"Do ponto de vista da indústria em si, queremos continuar a melhorar os serviços, o alojamento, a restauração no sentido de ganharmos valor acrescentado e não apenas a quantidade", sublinhou.
O governante insular assegurou que o arquipélago, em termos de turismo e de "quantidade, neste momento, está muito satisfeito", apontando que com " as novas unidades hoteleiras que vão surgir, muitas delas já hotéis urbanos, a Madeira não vai atingir o limite do POT (Plano de Ordenamento Turístico)".
Albuquerque também anunciou que vai estar presente, no dia 30 de outubro, numa reunião do Conselho de Ministros, juntamente com o presidente do Governo Regional dos Açores, para abordar questões das regiões, insistindo ser necessário "fazer a mudança" da Lei de Finanças Regionais.
"Se não fizermos essa mudança, a Madeira estará sempre a ser penalizada no atual quadro da Lei das Finanças Regionais (...) por ter crescimento económico, ter dívida baixa", realçou.
Albuquerque argumentou que "essa ideia de indexar os custos do Fundo de Coesão e os custos da insularidade ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) é errada", porque à medida que a região se vai "desenvolvendo, vai sendo penalizada".
Segundo o líder madeirense, "as questões estruturais das ultraperiferias e a insularidade permanecem", enfatizando que essa lei "tem de ser alterada no sentido de garantir equidade e que o Estado assuma no quadro constitucional os sobrecustos na educação, na saúde, na área social, nos transportes, na mobilidade, na energia e na proteção civil".
O governante social-democrata regional indicou existir a "disponibilidade" do PSD para ser feita essa alteração legislativa, o que "foi assumido pelo primeiro-ministro", Luís Montenegro quando esteve na Madeira, por ocasião da festa anual do partido, no Chão da Lagoa, em julho,
"Neste momento, o que precisamos é ter a iniciativa legislativa e, depois, na Assembleia da República, vamos ver quais são os partidos com representação nacional e regional que estão a favor das regiões e quem não está", vincou.
Sobre a cerimónia de atribuição das medalhas de mérito turístico, destacou ser "primeiro, o reconhecimento transversal de que o turismo, sendo uma indústria com grande pujança na Madeira, depende de todos os setores e de todas as atividades sociais e laborais".
"O turismo é um ecossistema que implica com toda a comunidade. Nós aqui reconhecemos o contributo direto e indireto de um conjunto de personalidades e de instituições que fazem a valorização da nossa sustentabilidade e atratividade turística", reforçou, mencionando que foram reconhecidas pessoas e entidades que "trabalham nas levadas, florestas, património edificado, móvel, que têm trabalho relevante na oferta hoteleira, restauração".
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