O Ministério da Agricultura e do Mar abriu uma investigação interna depois de uma funcionária da tutela, mais jovem, acusar Nataniel Araújo, chefe de gabinete do ministro, de assédio sexual.
"Face aos elementos de que dispõe, o Gabinete do Ministro da Agricultura e Mar cumpriu todas as suas obrigações legais, tendo inclusivamente solicitado à IGAMAOT [Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território] a abertura de um processo de averiguações", lê-se numa nota enviada este sábado ao Notícias ao Minuto.
No esclarecimento, a tutela garante ainda que "procederá em conformidade com as conclusões do referido inquérito de averiguações".
O caso foi noticiado este sábado pelo Correio da Manhã, que revela que, para além de a subordinada que acusa Nataniel Araújo ter na sua posse mensagens incriminatórias, haverá também testemunhas que podem corroborar que o chefe de gabinete, de 43 anos, perseguiu e vigiou a mulher, tendo, inclusive, ficado durante várias horas à porta da sua residência.
Ao Expresso, Nataniel Araújo explicou que tinha "conhecimento da abertura de um Inquérito pela IGAMAOT", mas que não conhece o que está a ser averiguado. "Não conheço o objeto deste inquérito, comparecerei e prestarei todas as informações que me forem pedidas. É tudo o que tenho a dizer, esperando que tudo seja esclarecido em sede própria", referiu ao semanário. O chefe de gabinete do ministro José Manuel Fernandes mantém-se, para já, em funções, não tendo respondido sobre se iria ou não suspendê-las.
A funcionária, que entretanto já não está a trabalhar no ministério, terá começado a ser vítima de assédio pouco tempo depois de assumir funções, após uma reformulação na equipa na sequência de o Executivo de Luís Montenegro ter tomado posse.
A situação durou cerca de três meses.
[Notícia atualizada às 23h58]
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