Relativamente à situação de segurança global, Marcelo Rebelo de Sousa apontou que se verificou unanimidade entre os 11 chefes de Estado presidentes neste fórum informal sobre o "apoio à Ucrânia, o apoio ao povo ucraniano, ao poio em todas as dimensões e a importância do apoio neste momento e nos próximos momentos".
"Estamos a entrar no inverno e o inverno é um período muito difícil para situações de guerra. É uma guerra muito longa, com efeitos muito extenuantes e saturantes do ponto de vista militar, mas também do ponto de vista humano e psicológico", observou.
Relativamente ao Médio Oriente e ao conflito israelo-palestiniano, um debate realizado já à luz dos desenvolvimentos desta semana, com o acordo entre Israel e Hamas em torno da primeira fase de um plano de paz, comentou que se registou no Grupo de Arraiolos, "por um lado, satisfação e júbilo" e, por outro lado, "atenção e esperança de que um processo que é longo, é difícil, é complexo, possa correr bem".
"Estamos no começo do começo, ou quase no começo. O começo já houve, mas verdadeiramente concretiza-se no início da próxima semana [com a libertação de todos os reféns]. Mas depois há muitos passos e é preciso que esses muitos passos corram à altura das expectativas", disse.
Por fim, quanto aos desafios da Inteligência Artificial, sublinhou a unanimidade "sobretudo num aspeto: deve começar nos mais miúdos, [com] educação, educação e educação para isso, no que tem de bom e para evitar os riscos".
Na reunião de Tallin participaram 11 chefes de Estado: além de Alar Karis e de Marcelo Rebelo de Sousa, estão confirmadas as presenças dos Presidentes da Áustria, Alexander Van der Bellen, da Bulgária, Rúmen Radev, da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, da Grécia, Constantine Tassoulas, da Itália, Sergio Mattarella, da Letónia, Edgars Rinkevics, da Polónia, Karol Nawrocki, da Eslováquia, Peter Pellegrini, e da Eslovénia, Natasa Musar.
Esta XX reunião do Grupo de Arraiolos, fórum informal de chefes de Estado da União Europeia (UE) sem poderes executivos, foi a oitava e última de Marcelo Rebelo de Sousa, depois daquelas na Bulgária (2016), Malta (2017), Letónia (2018), Grécia (2019), Itália (2021), Malta (2022) e Porto (à qual presidiu, em 2023).
No próxima reunião, agendada para 2026 na Hungria, já participará o Presidente eleito nas eleições presidenciais agendadas para janeiro próximo.
Em Tallin, Marcelo Rebelo de Sousa tem ainda previsto, para hoje, um encontro com a comunidade portuguesa, e no sábado, antes do regresso a Lisboa, manterá uma reunião bilateral com o seu homólogo estónio, Alar Caris.
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