Luís Montenegro afirmou, esta quarta-feira, numa ação de campanha em Castelo Branco que está a colaborar com o Ministério Público no que ao processo Spinumviva diz respeito.
"Eu devo prestar todos os esclarecimentos diretamente ao MP e não através da imprensa", afirmou o primeiro-ministro, afirmando que essa é também a conduta que se espera por parte desta entidade.
"Respeitando o vosso trabalho - é a vossa função, naturalmente, e eu tenho toda a compreensão por isso -, mas eu devo prestar todos os esclarecimento ao Ministério Público e, portanto, devo falar diretamente com o Ministério Público, não através da imprensa, como também é suposto que o Ministério Público fale comigo diretamente e não através da imprensa", afirmou, garantindo que do seu "lado é o que está a acontecer com toda a diligência e disponibilidade".
O líder do PSD defendeu ainda que todos os "intervenientes processuais devem usar a sua intervenção para promover a descoberta da verdade".
"É o que se pretende e é nisso que estou interessado", atirou.
Caso Spinumviva volta a ser falado
A empresa familiar do primeiro-ministro, Luís Montenegro, volta a marcar mais uma campanha eleitoral. A poucos dias das eleições autárquicas, que se realizam no próximo domingo, 12 de outubro, a Spinumviva voltou a ser falada esta terça-feira.
De acordo com a CNN Portugal, os responsáveis pela averiguação preventiva à atividade da sociedade em questão, "à construção da casa de Espinho de Luís Montenegro, e à origem dos fundos para aquisição de dois apartamentos em Lisboa, tudo propriedades da esfera patrimonial do primeiro-ministro, têm a convicção de que o caso só poderá mesmo ser esclarecido em sede de processo-crime, que terá formalmente de ser aberto no Supremo Tribunal de Justiça".
Além disso, realça o mesmo canal de televisão, o inquérito poderá ser "catalogado com suspeitas de eventuais crimes de recebimento indevido de vantagens e branqueamento de capitais".
A conclusão dos procuradores, segundo a CNN, ocorre depois de o Ministério Público (MP) ter analisado ao detalhe todas as denúncias e queixas que recebeu sobre alegados crimes que possam ter sido praticados na esfera de Luís Montenegro e que levaram a uma averiguação preventiva anunciada há seis meses.
Montenegro acha "pouca vergonha"
Esta terça-feira, o primeiro-ministro afirmou estar "estupefacto e revoltado" com o teor das notícias divulgadas sobre o caso e falou mesmo "em pouca vergonha", dizendo aguardar a "análise e o juízo do Ministério Público".
A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu que a averiguação preventiva relacionada com a empresa Spinumviva está em curso e o Ministério Público aguarda ainda documentação, pelo que a averiguação continua.
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