Em Braga, em declarações aos jornalistas à margem da atribuição do doutoramento honoris causa ao Presidente da República de Timor-Leste, Marcelo lembrou que a data da entrega do Orçamento coincide com a véspera do dia de reflexão das autárquicas.
"Há aqui uma coincidência de datas (...) e é de compreender que cada partido possa dizer aquilo que é a sua expectativa para o futuro, mas [o Governo] deve evitar fazer campanha eleitoral sobre isso", referiu.
Marcelo acrescentou que, com este calendário, "tinha de se falar do Orçamento".
"O Orçamento entrou [na campanha] por uma razão muito simples: por causa do calendário. A data da marcação das eleições, neste caso, como foi mais tardia, coincide com a entrega do Orçamento", disse ainda.
Para o Presidente, as autárquicas de domingo, fruto da realização há poucos meses das legislativas, terão "uma leitura autónoma", focada no peso das várias forças no poder local.
"Neste caso, é mais difícil de haver aquilo que muitas vezes acontecia nas eleições locais, que era uma espécie de antecipação ou de juízo sobre as legislativas que não tinham existido, que só existiriam daí há muito tempo. Houve legislativas há pouco tempo. Agora, o interessante é saber, no poder local, como é que estão os poderes", referiu.
O chefe de Estado escusou-se a adiantar qual a sua perceção, vincando mesmo que o resultado das autárquicas "é imprevisível".
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