O Grupo de Arraiolos, um fórum informal de chefes de Estado da União Europeia (UE) com poderes não executivos, fundado pelo antigo Presidente da República Jorge Sampaio em 2003, celebra a sua vigésima reunião em Tallin, com a participação dos Presidentes de 12 países, e é subordinada a dois grandes temas: "Inteligência artificial: uma aliada e aceleradora, não uma inimiga" e "Segurança global: reflexões presidenciais sobre ameaças emergentes e perspetivas futuras".
O encontro começa com um jantar oficial dos chefes de Estado na quinta-feira à noite, com a primeira sessão de trabalhos, na sexta-feira de manhã, a ser consagrada ao tema da IA. Antes da sessão dedicada à questão da segurança e da "liderança em tempos conturbados e de ansiedade", da parte da tarde, os líderes discutirão a situação em Gaza e o conflito israelo-palestinano durante um almoço de trabalho.
Projetando a reunião deste ano e, em particular, a discussão sobre a segurança internacional, à luz da guerra na Ucrânia, do conflito em Gaza e da "implantação híbrida de várias ameaças", o chefe de Estado anfitrião, o Presidente da Estónia, Alar Caris, advertiu para a necessidade de um reforço da defesa europeia, face ao "surgimento simultâneo de ameaças diversas", bem como de uma reforma da ONU.
"Se não conseguirmos defender e reforçar a ordem internacional, a política do poder dominará, com os países mais pequenos a serem marginalizados e as suas vozes a perderem a modesta influência que tinham. É por isso que os meus colegas e eu também iremos discutir a reforma das Nações Unidas e do Conselho de Segurança, o reforço da capacidade de defesa da Europa e a melhor forma de responder ao surgimento simultâneo de ameaças diversas", disse, citado no sítio de Internet da Presidência estónia.
Na reunião de Tallin participarão 12 chefes de Estado: além de Alar Caris e de Marcelo Rebelo de Sousa, estão confirmadas as presenças dos Presidentes da Áustria, Alexander Van der Bellen, da Bulgária, Rúmen Radev, da Finlândia, Alexander Stubb, da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, da Grécia, Constantine Tassoulas, da Itália, Sergio Mattarella, da Letónia, Edgars Rinkevics, da Polónia, Karol Nawrocki, da Eslováquia, Peter Pellegrini, e da Eslovénia, Natasa Musar.
A terminar o seu segundo mandato no Palácio de Belém -- as eleições presidenciais realizar-se-ão a 18 de janeiro de 2026 -, Marcelo Rebelo de Sousa participará assim pela última vez numa reunião do Grupo de Arraiolos, a sua oitava, depois daquelas na Bulgária (2016), Malta (2017), Letónia (2018), Grécia (2019), Itália (2021), Malta (2022) e Porto (à qual presidiu, em 2023).
A reunião de 2020, que deveria celebrar-se em Lisboa, foi cancelada devido à pandemia da covid19, e, no ano passado, o Presidente da República não participou na reunião na Polónia invocando as negociações em curso em Portugal para o Orçamento de Estado de 2025.
A reunião seguinte do Grupo de Arraiolos, já com o novo Presidente da República português, celebrar-se-á em 2026 na Hungria.
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