À margem de uma ação de campanha para as eleições autárquicas de dia 12 em Vila Nova de Gaia, onde Livre e BE concorrem coligados numa lista à Câmara Municipal encabeçada por João Martins, Rui Tavares foi questionado sobre o relatório da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE).
O líder do Livre considerou que "todas as situações de direitos no trabalho" preocupam o Livre e o país está "perante um Governo que pretende comprimir ainda mais esses direitos".
"Nós estamos numa situação de pleno emprego, com a economia ainda a crescer, neste momento o que nós deveríamos é estar a tentar valorizar o fator trabalho, porque esta é a altura dos trabalhadores que poderiam ter melhores condições, porque também só com melhores condições de trabalho em Portugal é que nós podemos ter uma economia atrativa", sustentou.
Insistindo nas críticas ao executivo PSD/CDS-PP nesta matéria, e à "obsessão" da Iniciativa Liberal (IL) com os funcionários públicos e a do Chega com os imigrantes, Tavares assinalou que Portugal precisa de trabalhadores "todos a remar para o mesmo lado".
Também Marisa Matias considerou que "os dados continuam a ser preocupantes" e é preciso tomar medidas para que não se agravem.
"Preocupa-me que as propostas mais recentes do Governo, que ainda vão ser discutidas, mas das alterações à lei laboral, são propostas muito amplas, mas todas infelizmente no sentido de tirar ainda mais proteção laboral, mais direitos a quem trabalha", criticou, numa referencia ao anteprojeto do Governo PSD/CDS-PP intitulado "Trabalho XXI".
Interrogada sobre se teme que o partido seja criticado nesta matéria, uma vez que recentemente esteve envolvido numa polémica de despedimentos, ocorridos em 2022, de mulheres que tinham sido recentemente mães, Marisa Matias disse "estar preparada para todos os debates".
"Não estou preparada, nem nunca estarei, para fazer comparações entre o que é incomparável. O caminho terá sempre que ser, e é esse o caminho que o Bloco faz, e tem que fazer, de maior proteção e de garantir que se chega à igualdade, mais cedo ou mais tarde, mas tentarmos chegar mais cedo do que tarde", acrescentou.
Durante esta ação de campanha, Rui Tavares e Marisa Matias fizeram um pequeno percurso entre as estações de metro de Santo Ovídio e João de Deus, e pelo meio compraram alguma fruta.
Marisa Matias levou uma banana e ajudou Rui Tavares a ensacar algumas uvas, uma entreajuda entre parceiros de coligação.
Os dois dirigentes abordaram algumas das poucas pessoas com quem se cruzaram, entre eles, o senhor Terrinha, que quis dar "oxigénio" à campanha do Livre e do BE, antes de a comitiva seguir caminho.
Leia Também: "A minha experiência pós-parto foi dura. Não sei como é que vou gerir"
