Lançado na cerimónia comemorativa dos 60 anos do Programa Nacional de Vacinação (PNV), promovida pela DGS, que está a decorrer em Lisboa, o "Livro azul de vacinas: Programa Nacional de Vacinação (PNV) e Outras Estratégias de imunização" é um referencial técnico que agrega toda a informação relevante sobre vacinas e imunização.
O objetivo, segundo a DGS, é que seja "um documento dinâmico, colaborativo, ágil e em constante atualização, que permita acompanhar o rápido desenvolvimento do conhecimento científico, das tecnologias de saúde e da situação epidemiológica nacional e internacional".
"Este instrumento vai servir para apoiar os profissionais de saúde com a evidência científica mais recente e vai promover também uma comunicação clara, rigorosa e acessível sobre os benefícios da vacinação junto da população", disse na cerimónia a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado.
Segundo a responsável, este documento representa "uma forma diferente" de olhar a vacinação, permitindo fazer uma atualização científica contínua, até da própria estratégia vacinal, para permitir agir com maior rapidez quando for necessário.
O documento surge num cenário marcado pelo envelhecimento populacional que, segundo Rita Sá Machado, é resultado dos progressos alcançados, "mas também pelo aumento das doenças crónicas, pela mobilidade internacional, pela crescente instabilidade social e política e também pela desinformação".
Neste contexto, defendeu, "a prevenção assume cada vez mais a sua importância".
"Falamos sempre muito da prevenção, falamos muito que temos de investir, precisamos é de agir realmente no investimento na prevenção", realçou.
Para a diretora-geral da Saúde, o PNV, que celebra 60 anos no sábado, "é sem dúvida alguma o maior e mais custo-efetivo programa de saúde pública nacional", defendendo que "tem de continuar a ser um exemplo de excelência".
Defendeu ser também preciso "solidificar o programa de rastreios" e outros programas importantes de prevenção que irão vão ter um impacto direto na vida dos residentes em Portugal.
"Para que isso aconteça, é essencial pensar as políticas de imunização com uma visão estratégica e de longo prazo e com sustentabilidade", vincou.
Rita Sá Machado avisou que as decisões que são tomadas hoje "têm impacto durante muitos anos" e exigem por isso "um planeamento cuidadoso e uma avaliação rigorosa".
"Só assim podemos antecipar a chegada de novas vacinas e priorizar aquelas que mais benefícios trarão à população", concluiu.
Segundo a DGS, o Livro Azul de Vacinas surgiu da necessidade de agregar a informação sobre vacinas e imunização em Portugal e de acompanhar a evolução epidemiológica, num mundo globalizado.
Agrega toda a informação sobre o PNV, mas também informação acerca de outras estratégias de vacinação e imunização, como a vacinação dirigida a grupos de risco e a vacinação em contexto de viagens.
O documento é estruturado em quatro partes, sendo a primeira: "Programa Nacional de Vacinação, com notas históricas, linhas programáticas, esquemas de vacinação e regras gerais".
A segunda parte é dedicada aos "princípios gerais da vacinação e imunização", com disposições sobre "o desenvolvimento das vacinas e o funcionamento do sistema imunitário".
"Doenças evitáveis por vacinação, agregando informação sobre a doença e suas complicações, a epidemiologia e as recomendações aplicáveis sobre vacinação" e a "Vacinação do viajante" são os temas que constituem a terceira e quarta parte do livro.
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