No protesto, organizado pelo movimento de solidariedade com a Palestina, que começou às 18h00 em frente à Embaixada de Israel, estiveram presentes adultos, jovens e crianças que exibiam a bandeira da Palestina e o lenço simbólico palestiniano Keffiyeh.
Muitos deles seguravam cartazes com frases de ordem a exigir a "Liberdade para a flotilha", " Sanções para Israel" e o " Fim do Cerco na Palestina".
As forças israelitas intercetaram entre a noite de quarta-feira e a manhã de hoje a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária, detendo os participantes, incluindo quatro cidadãos portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse hoje esperar que os cidadãos portugueses possam regressar ao país "sem nenhum incidente", considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.
À Lusa, a porta-voz do movimento de solidariedade com a Palestina, Sandra Machado, disse que os protestos são importantes para "exigir ao Governo que coloque sanções a Israel", para pressionar o "Estado genocida [Israel]" e o executivo português a demonstrar solidariedade para com o povo palestiniano.
"(Os protestos servem) para chamar à responsabilidade o nosso Governo, o português agora em particular, claro porque é uma vergonha o que está a acontecer, é inconcebível como é que chegámos a este ponto sem nunca terem sido tomadas medidas que de facto pressionassem Israel a cumprir o direito internacional e a terminar este genocídio", afirmou Sandra Machado.
Também em declarações à Lusa, os manifestantes Leonor Wicke e Rafael Lupson falaram dos motivos da sua participação nesta ação de protesto.
Para Leonor Wicke, estar na manifestação representa "um misto de solidariedade, mas também muita tristeza e muita frustração", defendendo que a guerra na Faixa de Gaza já devia ter terminado.
"Estamos a lutar por uma coisa assim tão básica", indicou Leonor, referindo-se aos diretos do povo palestiniano.
Já Rafael Lupson disse que o foco da manifestação é o genocídio que está acontecer na Faixa de Gaza, destacando que a libertação dos detidos na flotilha também é importante. E acrescentou que o Governo português deveria boicotar o Estado israelita.
"Naturalmente, (Portugal deve boicotar) tudo o que é de Israel, quer produtos, quer vendas para Israel, quer também compras, naturalmente, e depois, naturalmente, também apoiar as pessoas que estão detidas", defendeu.
Durante o protesto ouviram-se discursos, tambores e muitos gritos como "Palestina vencerá".
Na manifestação estiveram também presentes representantes do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português.
O movimento de solidariedade com a Palestina organizou mais protestos hoje, do norte ao sul do país, que começaram entre as 18:00 e as 19:00.
As ações decorreram em Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Faro, Porto, Setúbal e Viseu.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 66 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.
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