O Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Paulo Rangel, falou, esta quinta-feira, acerca dos quatro portugueses que seguiram a bordo da flotilha humanitária até Gaza, um dos quais só se soube que seguia na missão humanitária esta quinta-feira, após a sua detenção ser anunciada.
"O 4.º português está mais do que confirmado. Tivemos um contacto da família", revelou o governante em entrevista à CNN Portugal.
A emissora questionou se só aí é que o Executivo soube que para além de Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte, também um civil português seguia na viagem, respondendo: "Foi. Essa pessoa nunca comunicou".
Questionado sobre se mesmo dos outros portugueses nunca houve uma referência ao 4.º português, identificado como Diogo Chaves, Rangel explicou: "Nunca houve referência a nenhum 4.º português. Sabemos que ele não terá entrado em Barcelona, ter-se-á juntado naqueles barcos a partir de outros sítios."
Rangel não respondeu, no entanto, se Diogo Chaves tem outra nacionalidade que não portuguesa.
BE criticou, mas Rangel diz ter transmitido informação a "altas dirigentes"
Na entrevista à CNN Portugal, o ministro falou ainda das críticas deixadas pelo Bloco de Esquerda esta manhã, quando, em conferência de imprensa, acusou Rangel de estar em silêncio relativamente a um pedido de audiência urgente.
"Ao contrário do que parece que se está para aí a dizer, nós mantivemos contacto regular com os três cidadãos portugueses, incluindo por e-mail, variadíssimas vezes", começou, acrescentando: "Ontem, eu próprio, com outra alta dirigente do Bloco de Esquerda transmiti toda a informação. Não vou revelar [quem]. Estamos numa situação que tem a sua delicadeza, melindre e até ontem tinha até alguns riscos".
Referindo-se às críticas de Fabian Figueiredo, Rangel disse que quem teceu as críticas ao Governo, desmentindo o MNE, deveria falar com "as suas dirigentes, que dissessem se foram ou não contactadas".
O que se segue?
O Governo disse ainda que para além da informação consular, que garante que os detidos estão "em segurança", há ainda informação pública. "A cada 40 ou 50 minutos recebo atualizações vindas dos serviços consulares e da embaixada em Telavive", afirmou, detalhando como o Governo estava a acompanhar a situação.
"Todos estamos a receber informação. Dada de forma profissional e correta - embora discordemos, obviamente, da detenção dos portugueses", considerou, dizendo que desde a detenção que não houve "contacto direto" com os portugueses agora detidos e "em trânsito".
Rangel revelou ainda que o Governo está "esperançado" que as visitas consulares possam acontecer já amanhã de manhã, apesar de a previsão que Telavive deu para um primeiro contacto direto ser no domingo, devido ao feriado que o país atravessa.
"Para já, não há um acesso dos cônsules. É possível que haja amanhã de manhã. Queríamos muito que fosse amanhã de manhã, isso permitiria acelerar os procedimentos. Para além de que as famílias querem muito que nós estejamos em contacto com as pessoas diretamente. É diferente ver a pessoa fisicamente e ver como está", apontou, falando de possíveis questões psicológicas.
Sublinhando que a prioridade agora é "trazer portugueses em segurança e o mais depressa possível" para junto das famílias, Rangel foi também questionado acerca de uma possível convocação do embaixador de Israel em Portugal, Oren Rozenblat. "Nas relações com Israel, trataremos disso a seguir".
Rangel disse ainda que, "até agora" as relações entre Portugal e Israel não se alteraram, mesmo com o reconhecimento do Estado da Palestina, que aconteceu este mês.
[Notícia atualizada às 14h50]
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