O governante, que esteve hoje na inauguração das instalações da Euronext no Porto, falou do papel das empresas no financiamento da economia, nomeadamente através do mercado de capitais.
O governante disse, no seu discurso, que "nem se trata de desvalorizar a importância do financiamento bancário" nem de "replicar em Portugal o modelo económico de outros países".
Castro Almeida indicou, neste âmbito, que o "Banco de Português de Fomento tem vindo a reforçar a sua ação no domínio das garantias que presta a estes financiamentos", sendo que, "só neste ano já foram assinados mais de 11.500 contratos, no valor de 3.100 milhões de euros", um valor que "compara com 540 milhões que foram assinados durante todo o ano de 2024".
A Euronext inaugurou hoje no Porto um novo centro, com cerca de 500 pessoas e capacidade para mais de 150.
A empresa, que gere a bolsa de Lisboa, entre várias outras na Europa, não divulgou o valor do investimento, mas o seu presidente, Stéphane Boujnah, disse que foi dos maiores de sempre do grupo, na área imobiliária.
"Mudámos para este edifício porque os anteriores escritórios se tornaram pequenos. O nosso crescimento em Portugal é reflexo de um país com um ambiente muito favorável para a expansão do nosso projeto europeu", disse.
Já Isabel Ucha, presidente executiva da Euronext Lisbon, lembrou que, através da Euronext, "os investidores nacionais acedem a uma 'pool' de 1.800 empresas, que negoceiam cerca de 12 mil milhões de euros diários, o que corresponde a cerca de 25% de todo o 'equity' transacionado na Europa".
Castro Almeida reiterou que "tal como a Europa, também Portugal é excedentário em poupança, exportando-a sobretudo para aplicações na economia dos Estados Unidos", em vez de "a investir em inovação, digitalização, energia limpa, defesa ou infraestruturas no seu próprio território, ou noutros países da União Europeia".
Para o ministro, o mercado de capitais "permite diversificar as fontes", é uma "fonte de financiamento que, uma vez aberta, permite às empresas recorrerem a ela com a frequência adequada ao seu ritmo de investimentos e às suas ambições" e é "mais aberto ao risco do que o financiamento bancário".
O objetivo é que, "melhorando os níveis de capitalização das empresas e apoiando a sua inovação" seja possível "atingir um patamar mais elevado no peso das nossas exportações no PIB. Temos de antecipar a meta, passando os 50% no final da legislatura", destacou.
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