Com o título "Presidente da República lamenta a morte de Henrique de Penha Coutinho", Marcelo de Rebelo de Sousa apresenta condolências à família do "conhecido cronista político na imprensa semanal e diária dos finais dos anos setenta e início dos anos oitenta".
O cronista e jornalista Henrique de Penha Coutinho, que escrevia com o pseudónimo de Manuel de Portugal, faleceu esta segunda-feira aos 96 anos, já tinha confirmado à Lusa um amigo da família.
Muito ativo nos anos 80/90, Manuel de Portugal, pseudónimo de Henrique Maria Cordeiro de Penha Coutinho, nasceu em Lisboa a 01 de outubro de 1928.
O cronista e jornalista português celebrizou-se na década de 70 do século XX pelas suas crónicas semanais no jornal Tempo, já extinto.
Estas crónicas marcaram o período do PREC - Processo Revolucionário em Curso em Portugal, o período de instabilidade política e social que se seguiu ao 25 de abril de 1974.
Numa nota enviada à Lusa pelo seu neto António Rolo Duarte, a família refere que Manuel de Portugal se destacou "como cronista político, tendo sido uma das principais figuras da imprensa de direita no pós-25 de Abril.
E recorda que num texto de 1976, o histórico jornalista Peixe Dias descreveu-o como "o cronista por excelência da Revolução".
Adiantando que as suas crónicas "conhecidas pelo estilo crítico e emotivo, marcaram o conturbado período pós-revolução em Portugal".
"Atento aos abusos de poder, Manuel de Portugal teve um papel significativo no debate público como defensor das instituições e valores democráticos", afirmam os seus familiares.
A par de Vera Lagoa, "sua amiga e colaboradora", foi "uma das figuras principais do jornal Tempo, tendo assinado durante anos a crónica semanal da página 3 desse jornal", adianta a nota.
Colaborou depois com O Diabo e com o Jornal da Madeira, escrevendo também para jornais portugueses da diáspora, especialmente nos Estados Unidos.
As Crónicas de Manuel de Portugal, volumes I e II, coletâneas dos seus artigos, publicadas pela editora Ulisseia, "foram bestsellers em Portugal", referem também os seus familiares.
O velório de Henrique de Penha Coutinho decorre hoje entre 17h00 e as 22h00 e na quarta-feira entre 10h00 e as 14h30, na Igreja São de Deus, na Praça de Londres, em Lisboa.
O funeral segue ainda na quarta-feira pelas 15h00 para o cemitério do Alto de São João onde o seu corpo será cremado, informou a filha do cronista, Cristina Coutinho.
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