"Portugal está e continuará a estar ao lado da Moldova", vincou o líder do Governo português, numa mensagem divulgada na rede social X.
Luís Montenegro destacou que os eleitores da Moldova pronunciaram-se de forma clara e que "a vontade livre do povo em escolher o caminho europeu venceu as pressões e tentativas de ingerência".
O partido pró-europeu Partido da Solidariedade e Ação (PAS) venceu com mais de 50% dos votos, mantendo a maioria absoluta no parlamento e ficando à frente do Bloco Patriótico pró-Rússia, que obteve menos de 25% dos votos.
Os eleitores da Moldova pronunciaram-se de forma clara. A vontade livre do povo em escolher o caminho europeu venceu as pressões e tentativas de ingerência. Portugal está e continuará a estar ao lado da Moldova.
— Luís Montenegro (@LMontenegro_PT) September 29, 2025
Ainda assim, o líder do Bloco Patriótico, o ex-presidente Igor Dodon (2016-2020), reivindicou a vitória e convocou para hoje uma manifestação na capital, Chisinau.
Concluída a contagem de votos das legislativas, a Presidente da Moldova deverá agora nomear um primeiro-ministro do PAS, que formará Governo sem necessidade de coligações.
A chefe da missão de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Paula Cardoso, referiu hoje que as eleições legislativas na Moldova foram marcadas por graves interferências da Rússia, com financiamentos ilícitos, ataques cibernéticos e desinformação generalizada.
"Tudo veio da Rússia, desde os fundos ilícitos canalizados por redes de fachada até às implacáveis campanhas de desinformação, que minaram a confiança pública e geraram incidentes de cibersegurança concebidos para semear o caos", apontou, em conferência de imprensa realizada para apresentar as conclusões dos observadores da missão.
A presidência russa (Kremlin) acusou hoje, por sua vez, a Moldova de impedir "centenas de milhares" de moldavos residentes na Rússia de votar nas eleições cujo resultado deu vitória ao pró-europeu PAS.
Para a Presidente da Moldova, Maia Sandu, a vitória de domingo do partido pró-europeu nas eleições legislativas da Moldova constitui "um forte mandato para o processo de adesão" do país à União Europeia (UE).
"Mostrámos ao mundo inteiro que somos corajosos e dignos, que não fomos intimidados", avançou em conferência de imprensa, referindo-se às acusações de interferência russa na eleição.
Com 2,4 milhões de habitantes, a Moldova tem enfrentado várias crises desde a invasão russa à vizinha Ucrânia, em 2022, pondo em risco o Governo pró-europeu de Chisinau, que considera a adesão ao bloco europeu como crucial para se libertar da esfera de influência de Moscovo.
Cerca de vinte partidos e candidatos independentes concorreram às eleições, que devem preencher 101 lugares.
Em 2021, o PAS venceu com 52,8% dos votos contra 27,2% do Bloco dos Socialistas e Comunistas.
DMC (JH/MBA/PMC) // RBF
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