Em declarações aos jornalistas à chegada para uma ação de campanha em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, o líder do PS foi questionado sobre o anúncio da véspera feito por Luís Montenegro sobre o suplemento para as pensões mais baixas, em relação ao qual já tinha desafiado o Governo para que fosse um aumento permanente.
"Eu acredito que nós agora, nestes 15 dias [de campanha], vamos ter uma espécie de conta-gotas que vai alargando medidas eleitoralistas até às eleições. Julgo que é isso que vai acontecer porque, se o Governo tivesse pudor, não tinha feito o que fez nas últimas eleições legislativas no Mercado do Bolhão", criticou.
Apesar de considerar que "o Governo está obrigado a deveres de isenção e de imparcialidade no exercício das suas funções", tendo em conta os anúncios feitos na véspera pelo primeiro-ministro numa ação de campanha autárquica, Carneiro antecipou que "haverá matérias equivalentes que irão continuar daqui até às eleições".
"Assim sendo, eu queria dizer ao primeiro-ministro que não se sinta inibido, por exemplo, para assumir que o complemento extraordinário para os idosos se transforme numa valorização definitiva permanente das pensões mais baixas, que são aquelas que vão até aos 522 euros", insistiu, uma medida para a qual já garantiu o apoio do PS caso avance.
O secretário-geral do PS já fez as contas desta medida e disse que custará 400 milhões de euros, o mesmo que representa um ponto a menos no IRC.
Carneiro acusou ainda Montenegro de "não estar a falar para a generalidade dos portugueses", dando como exemplo as medidas da habitação.
"Dois mil e trezentos euros é o salário líquido de um diretor de departamento de uma Câmara Municipal, que já só é uma elite da administração intermédia do Estado", comparou, falando do valor da renda moderada apontada pelo Governo.
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