O número de ocorrências registadas este domingo à passagem da tempestade Gabrielle aumentou para 194, de acordo com os registos da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) que compreendem o período entre a meia-noite e as 10h.
De acordo com o que fonte na ANEPC explicou ao Notícias ao Minuto, a maioria destas ocorrências continua a ser na região Norte, nomeadamente na Aérea Metropolitana do Porto (AMP). Do total de ocorrências, 124 registaram-se na região Norte e 88 na AMP.
Estes registos que são sequência da tempestade já eram maioritários nesta região, tal como já tinha avançado a ANEPC ao Notícias ao Minuto, num primeiro balanço feito com os dados atualizados até às 7h e que pode ver aqui (assim como imagens).
O novo balanço dá conta de que a maioria das ocorrências são agora quedas de árvores, com 64 ocorrências registadas nesta tipologia.
Seguem-se as inundações (60) e quedas de estruturas (42), havendo também registo de outras pequenas situações menos relevantes. Continua, ainda assim, sem haver registo de feridos devido ao fenómeno e as suas consequências.
No mesmo período entre a meia-noite e as 10 horas há agora registo de 38 ocorrências, Lisboa e Vale do Tejo aponta 25, e, agora, o Algarve tem nota de quatro ocorrências, enquanto o Alentejo registou outras três.
O que se segue? E para onde?
De acordo com Ângela Lourenço, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) ouvida pela SIC Notícias, o fenómeno "deverá, por volta da hora de almoço, entrar em Espanha" pela zona de Castelo Branco e Portalegre.
"Após a entrada em Espanha, durante a tarde, ainda vai soprar o vento com intensidade e rajadas, em especial na faixa costeira", anteviu a especialista.
Entretanto, na manhã deste domingo, a Agência Estatal de Meteorologia espanhola (Aemet) também emitiu um alerta para uma "situação potencialmente perigosa" e pediu "precaução" perante a previsão de chuvas de mais de 30-40 litros por metro quadrado numa hora.
"Precaução, pode haver inundações em zonas baixas e cheias repentinas nos cursos de água", assinala.
As chuvas podem "atingir intensidade torrencial em pontos da área mediterrânica, especialmente na Comunidade Valenciana", acrescenta.
Um novo pesadelo para Valência?
Note-se que o ano passado, em novembro, foi mesmo a Comunidade Valenciana que foi afetada fortemente com inundações, após chuvas de que não há registo no local. As cheias afetaram Valência e algumas regiões vizinhas, tendo morrido pelo menos 225 pessoas.
O cenário que se instalou a meio de novembro levou mesmo a que fosse criada uma ma comissão de crise para monitorizar os efeitos da tempestade, tendo havido necessidade de distribuição de comida e existindo períodos em que não havia eletricidade e outros serviços.
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