"Eu ouvi com muita atenção as palavras do senhor Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] sobre a saúde. Agora, vou aguardar por aquilo que significam essas palavras, porque, do nosso ponto de vista, há muito que a ministra da Saúde e o primeiro-ministro falharam nas propostas para a saúde", disse hoje aos jornalistas em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto)
Após participar num comício da candidatura do ex-deputado do PS João Paulo Correia à câmara municipal, e questionado se a ministra Ana Paula Martins já se devia ter demitido ou ter sido demitida, o líder socialista considerou que "o primeiro responsável é o primeiro-ministro", Luís Montenegro.
"Quando as políticas não resultam, quem é o responsável? É o primeiro-ministro", vincou, e questionado sobre o que faria no lugar de Luís Montenegro, José Luís Carneiro respondeu, que "mais do que dizer o que faria", apresentou propostas.
"Apresentei-lhe uma proposta para a gestão da emergência hospitalar, que aliás tem a ver com práticas que já existem no Reino Unido, na Espanha e na França para a gestão da emergência hospitalar", vincou.
Lembrou ainda que perguntou a Luís Montenegro, no parlamento, "o que é que ele fez com as propostas", considerando que "o primeiro-ministro, da sua altivez, entendeu desconsiderar o Partido Socialista".
"São atitudes que ficam com quem as pratica", concluiu José Luís Carneiro.
Na sexta-feira, sobre a conclusão da IGAS, que relaciona a morte de um homem em Mogadouro, Bragança, com a greve do INEM, o Presidente da República afirmou que a multiplicação de casos cria uma "ideia difusa de que as coisas não estão a correr bem" e exige um "grande desgaste" à ministra da Saúde.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, "vale a pena olhar para o conjunto" de casos e "retirar algumas conclusões" e, por isso, é que prometeu falar sobre a situação na saúde do país nas próximas semanas.
Questionado sobre se a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, deve tirar consequências políticas, o Presidente da República disse apenas que, quando vão surgindo falhas na resposta do sistema de saúde, "quem aparece a explicar não é um porta-voz do Ministério, não é um porta-voz do Instituto", mas sim a ministra, sem entrar em mais detalhes.
"Eu estou a verificar isso, mas depois direi como é que vejo globalmente o programa de fundo que existe e como é que ele talvez deva ser resolvido", concluiu.
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