"O Governo está claramente alheado daquilo que é a realidade dos portugueses. Nós já o dissemos quando o primeiro ministro anunciou, logo no início do mandato, aquilo que eram as suas propostas para a habitação", começou por dizer a porta-voz do PAN aos jornalistas em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), onde o partido apoia formalmente a candidatura de João Paulo Correia (PS) à câmara municipal.
Para Inês de Sousa Real, são necessárias "respostas para a classe média, mas também para as pessoas mais vulneráveis, e não adianta estar a lançar programas que, apesar da bondade, como é o caso da descida do IVA para a construção, são medidas de médio e longo prazo, não são medidas de curto prazo".
"Temos famílias que, neste momento, trabalham e não conseguem pagar casa. E que, inclusivamente, se encontram em situação de sem abrigo", vincou a deputada, lembrando que o PAN "tem batido na tecla e volta a insistir" que é necessário o regresso do crédito bonificado "para os jovens, em particular, e também, para as vítimas de violência doméstica".
Inês de Sousa Real considera que "estar a dizer às pessoas" que há "medidas de médio e longo prazo mas depois, no dia a dia, não conseguem pagar casa, é estar a iludir as pessoas, é estar a acenar com soluções que, na verdade, não vão chegar à sua qualidade de vida".
Esta quinta-feira, no final do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que o Governo vai baixar a taxa de IVA para 6% para a construção de casas para venda até 648.000 mil euros ou, se forem para arrendamento, com rendas até 2.300 euros - um regime fiscal que irá vigorar até 2029.
Por outro lado, a taxa de IVA mínima de 6% vai também aplicar-se "à construção e reabilitação de edificado" para arrendamentos até ao valor de 2.300 euros.
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