A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) divulgou, esta sexta-feira, as "medidas preventivas" a adotar devido à passagem do ciclone tropical Gabrielle, que "deverá afetar Portugal continental nos dias 27 e 28 de setembro", depois de ter passado pelo arquipélago dos Açores durante esta madrugada.
"Face à combinação da instabilidade meteorológica trazida pelo ciclone, nomeadamente vento forte e agitação marítima, com o território quente e seco que encontrará, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) apela à população ao estrito cumprimento das regras de prevenção de incêndios rurais", lê-se num comunicado enviado às redações.
Na nota, a ANEPC sublinhou que o "perigo de incêndio rural se mantém Muito Elevado e Máximo nas regiões Norte, Centro e Algarve", sendo expectável que, com a passagem do ciclone, haja "condições favoráveis à ocorrência e propagação" de fogos.
Além disso, a passagem do ciclone poderá também aumentar a "dificuldade das ações de supressão, em especial nas regiões Norte, Centro e Algarve".
Assim, a ANEPC recordou que, de acordo com as disposições legais em vigor, nos dias de perigo de incêndio Muito Elevado e Máximo é proibido:
- Fazer queimada extensiva;
- Fazer queima de amontoados;
- Utilizar fogo para a confeção de alimentos em todo o espaço rural, salvo se usados fora das zonas críticas e nos locais devidamente autorizados para o efeito;
- Fumigar ou desinfestar apiários, exceto quando os fumigadores estejam equipados com dispositivos de retenção de faúlhas;
- Nos dias de perigo de incêndio Muito Elevado e Máximo, é igualmente proibido usar motorroçadoras, corta-matos e destroçadores.
Sublinhe-se que a tempestade pós-tropical Gabrielle, que deixou um rasto de cerca de 200 ocorrências e 16 desalojados nos Açores, está a afastar-se do arquipélago e as previsões apontam para agravamento das condições meteorológicas no continente a partir de sábado.
As autoridades previam que a tempestade Gabrielle chegasse aos Açores como furacão de categoria 1 - numa escala máxima de 5 -, mas, à medida que se aproximou das ilhas, passou para depressão pós-tropical, provocando, ainda assim, pelo menos 196 ocorrências e 16 realojamentos, avançou o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA).
O período mais crítico ocorreu entre as 03h00 e as 09h00 locais (mais uma hora em Lisboa), com maior incidência nas ilhas Graciosa, Faial e Terceira.
As ilhas dos grupos Central (Pico, Faial, Graciosa, Terceira e São Jorge) e Ocidental (Flores e Corvo) estiveram sob aviso vermelho (o mais grave numa escala de três), devido a precipitação, vento e agitação marítima, mas, entretanto, começaram a desativar os planos municipais de emergência.
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