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Expulsão da Lusa e RTP da Guiné-Bissau é "expressão de autoritarismo"

A investigadora e professora da Universidade de Évora (UÉ) Sílvia Roque defendeu hoje que a expulsão das equipas da Lusa e da RTP da Guiné-Bissau "é uma expressão do autoritarismo" do atual regime e demonstra afastamento de Portugal.

Expulsão da Lusa e RTP da Guiné-Bissau é "expressão de autoritarismo"

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Lusa
25/09/2025 19:24 ‧ há 6 dias por Lusa

uma expressão do autoritarismo do regime presente. Portanto, não é novidade", já que "jornalistas guineenses já eram torturados, desapareciam e há um forte controlo da informação", afirmou Sílvia Roque, em declarações à agência Lusa.

 

Esta docente de Relações Internacionais da UÉ e investigadora do Centro de Investigação em Ciência Política falava, em Évora, à margem da conferência "Das lutas anticoloniais às lutas do quotidiano: lugares das mulheres nos 50 anos das independências".

Em 15 de agosto, o Governo guineense anunciou que as delegações da agência Lusa, da RTP e da RDP tinham sido expulsas do país e que, a partir desse dia, as emissões estavam suspensas, sem avançar razões para a decisão.

Nas declarações à Lusa, Sílvia Roque considerou que esta expulsão demonstra que "o regime autoritário" do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, "procura também outro tipo de aliados que não é Portugal".

"Não está muito preocupado necessariamente com essa manutenção de uma certa relação [com Portugal] ou não quer saber, porque tem, eventualmente, outras alianças mais proveitosas", realçou, admitindo aproximações à Rússia e a países árabes e muçulmanos.

Questionada sobre a nomeação para primeiro-ministro de Braima Camará, que até há pouco tempo contestava o regime de Umaro Sissoco Embaló, a especialista em Estudos Africanos apontou a "permanente reconfiguração de alianças" no país.

"A história política da Guiné-Bissau é de permanentes divisões, reconfigurações de alianças. Ou seja, alguém que hoje é um inimigo político, amanhã pode ser um aliado e é uma maneira de controlar a dissensão", argumentou.

Para esta professora universitária, a escolha de um político contestatário do regime para um cargo importante no Governo "é uma manobra clássica de apropriação dos opositores para os eliminar e, de certa forma, para eliminar a diferença".

Quanto às eleições gerais, presidenciais e legislativas, no país, marcadas para 23 de novembro, Sílvia Roque assinalou que "muitos ativistas e pessoas receiam que nem sequer aconteçam, precisamente porque existe este regime autoritário".

"Embora haja muita contestação, sobretudo dos jovens, nas cidades, como Bissau, também me parece que Sissoco conseguiu constituir uma rede de apoio forte, até por via das afinidades étnicas e religiosas", sublinhou.

Por isso, no caso de se realizarem as eleições, a especialista admitiu que Umaro Sissoco Embaló "pode constituir de facto uma maioria através destas alianças".

Leia Também: Expulsão da Lusa e RTP da Guiné-Bissau foi "totalmente injustificada"

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