O Tribunal da Relação do Porto ordenou a reabertura do julgamento de César Boaventura, no âmbito da Operação Malapata, e em que, em 1.ª instância, o empresário foi condenado a três anos de prisão com pena suspensa.
A informação é avançada pelo próprio, na sua página de Facebook, onde este afirma que depois de o terem transformado "num bode expiatório para atacar o Benfica", a "justiça deu o primeiro grito ao futebol português, e ordenou a reabertura do julgamento".
"Em 1.ª instância calaram-me, calaram as minhas testemunhas, negaram-me o direito à defesa e tentaram enterrar-me vivo em crimes que nunca cometi. A Relação corrigiu essa injustiça, ordenou que as testemunhas sejam ouvidas, e que a minha prova seja valorada", prossegue, referindo-se à Operação Malapata, relacionada com a transferência de jogadores e contas bancárias através das quais circulavam milhares de euros.
Segundo avança a SIC Notícias, a reabertura do julgamento visa ouvir duas testemunhas e juntar um email do antigo presidente do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa.
"Não é o fim da batalha, mas é uma vitória clara. É o sinal de que a verdade está a caminho e de que a dignidade do futebol português não pode continuar a ser manchada por acusações sem fundamento", acrescenta.
A condenação
Recorde-se que César Boaventura foi condenado a três anos de prisão, suspensa na sua execução. O empresário, que estava acusado de 10 crimes, foi condenado apenas por três, um de fraude fiscal e dois de falsificação de documentos, tendo sido absolvido dos de burla qualificada e de branqueamento de capitais.
O Tribunal de Matosinhos deu como provado o aliciamento aos ex-jogadores do Rio Ave Cássio, Marcelo e Lionn para que facilitassem num desafio com o Benfica, na temporada 2015/16, a troco de contrapartidas financeiras e contratuais, mas ilibou o empresário do crime de corrupção em forma tentada ao antigo guarda-redes do Marítimo Romain Salin.
À saída do tribunal, César Boaventura, que não quis prestar declarações aos jornalistas, disse apenas que "a montanha pariu um rato".
Por seu lado, o advogado, José Catarino, afirmou que vai analisar o acórdão e, depois, decidir se vai recorrer da decisão. Os restantes quatro arguidos foram absolvidos.
[Notícia atualizada às 14h26]
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