Um bebé recém-nascido teve de ser transferido do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, para Coimbra para ser submetido a uma cirurgia de urgência, uma vez que nenhum dos hospitais de Lisboa tinha, no momento, uma equipa disponível para a operação.
De acordo com a CNN Portugal, que avançou com a notícia, o bebé nasceu com sintomas graves de doença digestiva, provavelmente obstrução intestinal, com risco de vida, e foi colocado nos cuidados intensivos quatro dias após o parto.
Perante a gravidade do caso, a pediatra do Hospital Beatriz Ângelo contactou vários hospitais de Lisboa, incluindo o Dona Estefânia, o Santa Maria e o Amadora-Sintra, mas nenhum podia operar o bebé.
A resposta chegou do Hospital Pediátrico de Coimbra, a mais de 200 quilómetros de distância.
Desta forma, na madrugada de quarta-feira, o recém-nascido foi transferido, de ambulância, para a unidade hospitalar de Coimbra.
Revela ainda o mesmo canal de televisão que o acompanhamento foi feito apenas por uma enfermeira, sem presença de médico.
Já em Coimbra, após dois dias de exames, o bebé foi operado com sucesso, tendo sido detetados três nós no intestino. Para já, o recém-nascido permanece internado nos Cuidados Intensivos, em recuperação.
À CNN Portugal, os pais do paciente revelaram que vão apresentar queixa pelo facto de nenhum hospital da região de Lisboa ter conseguido garantir a cirurgia atempadamente.
O Notícias ao Minuto entrou em contacto com os diferentes hospitais de Lisboa para confirmar esta situação.
Estefânia "totalmente ocupada", Santa Maria sugeriu alternativa
O Hospital Dona Estefânia indicou que a Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) da unidade hospitalar em questão "estava totalmente ocupada no dia do contacto, sem possibilidade de vaga em tempo útil para resolver a situação com segurança".
"A situação descrita não está relacionada com a capacidade de operar o recém-nascido ou com a existência de recursos técnicos ou humanos, mas com a gestão de vagas de cuidados intensivos neonatais", acrescentam
Já o Santa Maria garantiu ao Notícias ao Minuto "que a situação descrita em nada se deve, no caso da ULSSM, a qualquer incapacidade de resposta do seu Serviço de Cirurgia Pediátrica, que teve um reforço expressivo desde o início do ano".
Deveu-se sim, segundo a Unidade Local de Saúde, ao facto de estar "cheia" e "sem possibilidade imediata de criação de vagas".
Garante ainda o Santa Maria que "as equipas da ULSSM apresentaram como solução alternativa a hipótese de internar a criança na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos da ULSSM, não tendo recebido contactos posteriores nesse sentido".
No e-mail de resposta ao Notícias ao Minuto, a unidade de saúde em questão anuncia que terá uma nova Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais a funcionar até final do ano, o que permitirá passar para um total de 28 vagas de Neonatologia – 10 de Cuidados Intensivos e 18 de Intermédios.
"A nova Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais terá capacidade para 10 incubadoras e uma área total de 340 m2, num investimento de cerca de 800 mil euros. A unidade atual será reconvertida para resposta de Cuidados Intermédios, com 18 vagas", revelam.
Já o Amadora-Sintra admitiu à CNN Portugal que não conseguiu mobilizar a tempo uma anestesista que pudesse para completar a equipa de cirurgia.
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