"Alguns talvez não se deem conta disto, mas a situação portuguesa atravessa, neste momento, uma realidade muito positiva", afirmou Marques Mendes na iniciativa "Conversas com o Presidente" da Fundação AEP, no Porto.
Perante uma plateia de empresários, o ex-presidente do PSD assinalou que, do ponto de vista político, nunca a imagem de Portugal nas últimas décadas foi tão forte no exterior.
"Portugal tem uma imagem fortíssima no exterior, Portugal está bem visto lá fora, Portugal está prestigiado lá fora", insistiu.
Na justificação, o candidato lembrou que Portugal ainda há 10 anos estava intervencionado pela `troika´ e, 10 anos depois, apresenta bons resultados financeiros sendo, por esse motivo, visto como um caso de sucesso.
A juntar a isto, o social-democrata frisou que duas agências de notação financeira subiram o `rating´ de Portugal, o que tem uma "influência brutal" nos investidores externos e nos políticos no exterior.
"Quem é que imaginava, há meia dúzia de anos, que o grande país na União Europeia com problemas de dívida era a França e não Portugal? Nós, às vezes, gostamos de nos autoflagelarmos e não damos valor às coisas positivas que estão a acontecer e que são mérito do país", considerou.
Em sua opinião, o ter, hoje em dia, um excedente orçamental é outra realidade que se devia valorizar ainda mais e que os estrangeiros valorizam.
Apesar do momento positivo, Marques Mendes entendeu que é preciso ambição e, para isso, são precisas novas políticas no domínio fiscal, da justiça e do Estado.
"Primeiro, a ambição económica. Nós temos que crescer economicamente mais do que estamos a crescer", entendeu.
O candidato presidencial defendeu também um combate mais firme à corrupção, apontando falhas no domínio da investigação por falta de meios.
"Não é possível estar anos e anos à espera de uma investigação terminar e chegar a julgamento. Isto não é possível, isto não é justiça, isto é bom para os populismos", ressalvou.
Além deste domínio, Marques Mendes quer mais ambição ética na vida política quer por parte dos responsáveis políticos, quer por parte da sociedade.
"Não podemos pensar que está tudo bem na vida política, não está. A imagem dos partidos e dos políticos não é aquilo que já foi porque há uma grande desilusão na população", salientou.
No final da sua intervenção, que durou cerca de 20 minutos, e questionado pelos jornalistas sobre as buscas na TAP, Marques Mendes disse apenas que se há uma investigação é natural que hajam buscas.
Dizendo que ninguém está acima da lei, nem nenhuma pessoa, nem nenhuma empresa, o candidato à Presidência da República insistiu que buscas são buscas não são acusações, nem condenações.
Leia Também: Marques Mendes acusa Ventura de só querer criar "confusão e ruído"