A TAP está hoje a ser alvo de buscas no âmbito de um inquérito à indemnização paga a uma ex-administradora da companhia aérea, anunciou o Ministério Público. As buscas foram também confirmadas pela Polícia Judiciária (PJ).
As buscas abrangem ainda um escritório de advogados em Lisboa e "pesquisas em equipamentos informáticos da Secretaria-Geral do Governo", refere, numa nota, a Procuradoria da República da Comarca de Lisboa.
Em causa estão suspeitas da prática de crimes de administração danosa, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio e abuso de poder.
O inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e em investigação estão "factos relacionados com a atribuição de indemnização aquando da renúncia de uma vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP". Trata-se de Alexandra Reis.
Pedro Nuno Santos também investigado?
O jornal Observador avança que então ministro Pedro Nuno Santos e seu então secretário de Estado Hugo Mendes estão a ser investigados, uma vez que a tutela da companhia aérea estava sob a responsabilidade do primeiro. O jornal sublinha que nenhum dos dois foi alvo de buscas. A CNN Portugal acrescenta que foram, sim, investigadas as comunicações electrónicas de ambos durante todo o processo. Não há informações sobre se algum deles é suspeito de qualquer crime.
Segundo o comunicado da procuradoria, as buscas de hoje visam "a apreensão da documentação" e estão a ser "presididas por procuradores da República e juiz de instrução, coadjuvados por inspetores da PJ".
A PJ acrescentou, também através de comunicado, que deu "cumprimento a três mandados de busca e apreensão e de pesquisa informática em instalações de uma companhia aérea e num escritório de advogados, em Lisboa", confirmando, ainda, investigação em "equipamentos informáticos da Secretaria-Geral do Governo".
Nas diligências da PJ participam 20 inspetores e especialistas de polícia cientifica, bem como procuradores da República e um juiz de instrução.
A polémica indemnização a Alexandra Reis
Em dezembro de 2022 a TAP esteve envolvida numa polémica devido ao pagamento de uma indemnização de 500 mil euros à então administradora Alexandra Reis pela sua saída antecipada da companhia.
Em 31 de maio de 2023 a gestora assegurou ter devolvido nesse dia à empresa 266.412,76 euros, "o montante líquido global indicado pela TAP".
TAP garante colaboração com autoridades
Contactada pela Lusa, a TAP garantiu estar a colaborar com as autoridades em todas as investigações e rejeitou comentar processos judiciais.
"A TAP não comenta processos judiciais e colabora sempre com as autoridades em todas e quaisquer investigações", reagiu a companhia aérea, por escrito.
[Notícia atualizada às 12h28]
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