O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já falou esta segunda-feira na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unida (ONU), onde garantiu que Portugal estava pronto para "trabalhar ativamente" no caminho para a paz. No final do discurso, Marcelo relembrou ainda a importância do reconhecimento agora, dizendo que "amanhã teria sido demasiado tarde".
"Portugal reconheceu formalmente o Estado da Palestino como um Estado soberano com plenos direitos", começou por dizer, recebendo depois aplausos dos presentes.
Na sede da ONU, em Nova Iorque, o chefe de Estado aponta que esta decisão reflete a "convicção de que a solução dos dois Estados é o único caminho viável para a paz justa e duradoura no Médio Oriente".
Marcelo sublinhou que ao dar este passo, anunciado ontem, Portugal "procura contribuir para um maior esforço a nível internacional no caminho para a paz, justiça e estabilidade".
"Se não agirmos, a crise vai deixar cicatrizes durante gerações, alimentando o extremismo e mais instabilidade. Desta forma, o acesso à ajuda humanitária deve ser garantido sem atrasos", apontou, sublinhando ainda que "todos os reféns têm também de ser libertados".
"Atos de terrorismo como o que aconteceu a 7 de outubro não podem nunca ser justificados e civis - sem olhar para religião, nacionalidade ou etnia - têm de se protegidos sempre. Desta forma, um cessar-fogo tem de acontecer já", afirmou.
Marcelo disse também que o compromisso de Portugal com o Médio Oriente tem sido "constante e claro", já que tem sido sempre defendida a solução de dois Estados, em linha com a ONU. Marcelo lembrou ainda que Portugal votou para que a Autoridade Palestiniana tivesse direitos mais alargados na instituição, com o estatuto de observador, entre outros apoios.
"Reconhecemos que ambos os países continuam a enfrentar ameaças à segurança", sublinhou, falando de Israel e da Palestina - e apelando ao diálogo entre as duas nações e a procura de caminho para paz.
"O reconhecimento de Portugal do Estado da Palestina não é um gesto isolado, mas a continuação de políticas e contribuições decisivas para uma solução de dois Estados. Portugal está preparado para trabalhar de forma ativa. A nossa mensagem é clara. O reconhecimento do Estado da Palestina é o reconhecimento da paz em si - agora, hoje. Amanhã teria sido demasiado tarde", rematou, sendo aplaudido mais uma vez pelos presentes.
[Notícia atualizada às 21h51]
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