A Proteção Civil afirmou hoje, em conferência de imprensa, que 70% do incêndio em Alzejur, no Algarve, está dominado, contudo a ocorrência de vento, prevista para todo o dia de hoje, preocupa as autoridades.
Segundo o segundo comandante regional do Algarve da Proteção Civil, Abel Gomes, “há muitas áreas dentro do perímetro afetado que não arderam”, sendo que essas áreas, denominadas de “ilhas” podem “vir a ser um problema” e pontos críticos no que ao combate às chamas diz respeito.
“Vamos continuar a ter vento. Vento constante todo o dia . É um problema que temos de controlar”, salientou o comandante, referindo que apesar de “70% do incêndio estar dominado” os “30% que não arderam” são os que “mais nos preocupam”, pois é aí que o “incêndio nos pode fugir”.
No balanço das operações de combate ao incêndio, o responsável referiu que o fogo teve uma velocidade de desenvolvimento "muito acentuada", progredindo de 52 hectares por hora para 236 hectares, "colocando grandes desafios aos bombeiros", desconhecendo-se ainda a área ardida.
"Além do vento, as acessibilidades têm sido também um problema para o combate (...), o que obrigou a que fossem abertos caminhos para aceder à frente de fogo", notou.
Segundo Abel Gomes, o fogo continua a evoluir na mata nacional de Barão de São João, no concelho de Lagos, "mas sem colocar para já casas em risco".
A par disso, o responsável da Proteção Civil garantiu que "todos os operacionais e entidades que estão no teatro de operações estão a dar o seu máximo para resolver o problema o mais rápido possível" e que "não é por falta de empenhamento que este incêndio ainda não está resolvido".
Em relação a feridos, Abel Gomes indicou que há a registar 9 vítimas, duas delas com necessidade de serem transportadas para o hospital. Um deles foi um bombeiros que apresentava náuseas, e outro um civil com uma “crise de hipertensão, ou seja, ansiedade”. Os restantes são seis bombeiros e um civil todos assistidos no local por situações de menor importância.
Incêndio deflagrou domingo
O fogo em Aljezur teve início pouco depois do meio-dia de domingo, tendo a Proteção Civil empenhado no combate inicial, entre as 12h36 e as 13h00, um total de 63 operacionais, entre bombeiros, sapadores e equipas logísticas, apoiados por cinco meios aéreos e 13 veículos, entre estes últimos, duas máquinas de rasto.
Segundo a fonte, no concelho de Aljezur, no distrito de Faro, onde o incêndio deflagrou, a situação acalmou quando o fogo se dirigiu para Lagos, havendo a registar uma frente "com alguma atividade".
Recorde-se que as chamas destruiram uma casa de segunda habitação, que se encontrava desocupada.
O presidente da Câmara de Aljezur, José Gonçalves, também presente na conferência de imprensa, confirmou a destruição da habitação, explicando que os serviços municipais "andam no terreno a fazer o levantamento e verificar se houve outras casas afetadas".
De acordo com o comandante Abel Gomes, o fogo "terá tido origem em trabalhos agrícolas", cabendo à Guarda Nacional Republicana a investigação para apurar as causas.
[Notícia atualizada às 11h27]
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