O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou, este sábado, que o reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal, no domingo, será "um momento importante". Assegurou, além disso, ter acompanhado "o processo todo", com o qual "concordou".
"Pode dizer-se que é um momento importante, amanhã, essa formalização por Portugal, ontem anunciada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros", disse, em declarações aos jornalistas, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O chefe de Estado garantiu ainda ter acompanhado "o processo todo", que tem "o [seu] pleno apoio".
"Portugal sempre defendeu o princípio da existência de dois Estados soberanos [e] mantém a mesma posição. […] Atuar neste momento, sendo essa a decisão do Governo português, é atuar para abrir ainda uma hipótese no sentido de haver dois Estados", complementou.
Saliente-se que o organismo tutelado por Paulo Rangel confirmou, na sexta-feira, que Portugal reconhecerá o Estado da Palestina já amanhã, 21 de setembro, o que significa que "a Declaração Oficial de Reconhecimento terá lugar ainda antes da Conferência de Alto Nível da próxima semana".
Antes, o Palácio do Eliseu tinha anunciado, também na sexta-feira, que 10 países, entre os quais Portugal e França, reconheceriam o Estado palestiniano na segunda-feira, numa conferência à margem da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.
Além de França, que está por detrás da iniciativa, e de Portugal, os outros intervenientes "são Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Malta, Reino Unido e São Marino", disse um conselheiro do presidente francês, Emmanuel Macron, à comunicação social.
Paulo Rangel adiantou, a 15 de setembro, não ter identificado qualquer obstáculo ao reconhecimento da Palestina como Estado, tendo prometido novidades para a próxima semana.
Já o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, disse, a 31 de julho, que consultaria os partidos políticos com representação na Assembleia da República, assim como o Presidente da República, para avaliar a hipótese de reconhecer a Palestina naquela reunião da ONU.
Sublinhe-se que, até março de 2025, a Palestina era reconhecida como Estado soberano por 147 dos 193 países-membros da ONU, ou seja, cerca de 76%.
A liderar os esforços em prol da solução de dois Estados e do reconhecimento do Estado da Palestina encontram-se a França e a Arábia Saudita, que promoveram uma Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados, em julho, que terminou com uma declaração de apoio assinada por vários países.
Na altura, o presidente francês comprometeu-se a reconhecer o Estado da Palestina na próxima Assembleia-Geral da ONU, intenção que foi seguida pelos Barbados, Irlanda, Jamaica, Noruega e Espanha.
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