Os responsáveis governamentais tinham inicialmente anunciado que esta transferência de alto risco, prevista para quinta-feira, tinha sido adiada devido à greve no país.
No entanto, dada a complexidade do processo, acabaram por manter a data, sem tornar a operação pública, noticiou hoje a agência France-Presse (APF), que citou fontes lidadas ao processo.
A tapeçaria, um bordado do século XI com 70 metros de comprimento, não saía do museu de Bayeux, na Normandia (oeste de França) desde 1983.
Esta transferência estava a ser planeada há muito tempo no âmbito das remodelações em curso no museu, mas acontece poucos meses depois da polémica decisão do Presidente francês Emmanuel Macron de emprestar esta obra, classificada pela UNESCO, ao Reino Unido para revitalizar os laços entre os dois países.
Desde 2020 que os relatórios periciais examinam minuciosamente os danos que fragilizam a tapeçaria (24.204 manchas, 9.646 furos ou 30 rasgões, entre outros) e alertam para os "riscos adicionais" que resultariam do transporte "por mais de uma hora de viagem".
Em 2021, o próprio Ministério da Cultura declarou que "a obra não era transportável antes de ser restaurada".
Como sinal da sua fragilidade, a sua remoção na quinta-feira da montra onde estava exposta desde 1983 foi realizada com o máximo cuidado, garantiram as fontes citadas pela AFP.
A tapeçaria estava inicialmente programada para ser restaurada durante 18 meses durante as obras de renovação do Museu de Bayeux, mas o empréstimo anunciado por Emmanuel Macron em julho interrompeu este calendário. A renovação foi adiada por tempo indeterminado.
Uma petição 'online' lançada contra este empréstimo já recolheu mais de 73.000 assinaturas.
Leia Também: Argentina procura pintura saqueada por fugitivo nazi vista em imobiliária