O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, que em agosto se exaltou, perante os microfones da SIC, devido à falta de meios de combate aos fogos que lavravam naquela zona, afirmou esta sexta-feira, relativamente ao incêndio que lavra naquele concelho e que já passou para o concelho vizinho de Nelas, que as circunstâncias foram "totalmente diferentes".
O autarca destaca a "boa articulação entre os meios" que combatem o incêndio que começou antes das 13h30, em Póvoa de São Cosme, e que já percorreu várias freguesias.
"Não faltaram bombeiros nem meios terrestres para combater este incêndio aqui na vertente do Mondego", afirmou, em declarações à RTP3. "Tivémos mais de três centenas de bombeiros, mais de uma centena de viaturas e vários meios aéreos que ajudaram bastante no combate ao incêndio."
Em comparação com a situação vivida em agosto, o autarca diz ainda que viu, "mesmo da parte da população, muito mais tranquilidade".
"Algumas quintas ocupadas por cidadãos estrangeiros na zona da encosta tiveram de ser retirados. Tiveram de se evacuar algumas quintas para evitar riscos acrescidos para a vida das pessoas", explica, sublinhando a "boa coordenação de meios e a presença de meios aéreos" e assinalando a "solidariedade" de outras corporações de bombeiros.
"Vamos esperar que, durante a noite, se estabilize a situação e que o incêndio fique controlado", concluiu.
"A nossa estimativa é dominar o incêndio nas próximas horas"
O comandante Nuno Seixas, segundo comandante sub-regional de Coimbra, afirmou que a estimativa é dominar o incêndio nas próximas horas, apesar de ainda haver uma frente ativa que está a gerar preocupação.
"Temos uma frente que nos merece maior preocupação, entre a povoação de Seixas e a zona do rio Mondego, é ainda uma frente extensa que está ativa", frisou. "Neste momento, os combustíveis estão basicamente todos eles com baixo teor de humidade - isso faz com que o incêndio progrida mais depressa. Simultaneamente, temos também a ocorrência de ventos, com alguma intensidade, que originaram inúmeras projeções e a rápida propagação do incêndio, associada à orografia do terreno."
Durante a tarde, por precaução, mais de duas dezenas de pessoas foram retiradas das suas casas, na encosta do vale do Mondego, numa zona de quintas habitadas por cidadãos de nacionalidade estrangeira.
As pessoas retiradas de casa foram instaladas numa zona abrigo em Seixo da Beira.
Os meios têm sido reforçados durante a tarde, apesar dos vários incêndios que ocorreram naquela região. "Contudo conseguimos reforçar, dentro das possibilidades, o ataque a este incêndio", destaca Nuno Seixas.
"A nossa estimativa é dominar o incêndio nas próximas horas. Estamos com os meios terrestres expostos em praticamente todo o perímetro, temos máquinas de rasto", explicou.
As chamas deflagraram pelas 13:25, numa zona de matos, na União de Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira, e avançaram para a freguesia de Seixo da Beira, continuando a consumir matos, numa zona de pastoreio e produção de queijo Serra da Estrela.
Os meios têm sido reforçados durante a tarde e, às 21h35, o incêndio era combatido por 497 operacionais, apoiados por 147 viaturas.
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