No ultimo ponto da sua visita oficial ao Japão, que se seguiu a outra à China, Luís Montenegro foi à Expo Osaka e, num discurso de improviso, deixou uma espécie de desabafo.
"Dei comigo a pensar que nós demos tantas razões para que o mundo considere Portugal (...) que vale a pena perguntarmos uns aos outros se todos nós fazemos aquilo que devemos todos os dias para puxar por aquilo que é bom ou se, pelo contrário, perdemos imenso tempo com questões que não contam para nada, ou contam pelo menos para muito pouco", afirmou.
No final, instado pelos jornalistas a concretizar e se considera existir "demasiada politiquice", respondeu: "Vou ser muito direto: há, há".
"Nós se virmos aquilo que são as conversas que temos uns com os outros, aquilo que é o debate e o diálogo político entre os partidos... Ou então aquilo que é, por exemplo, o alinhamento dos telejornais, ou dos jornais, ou dos noticiários da rádio. Se nós fizermos a avaliação, perguntemos a nós próprios: é só isto que nós temos para dizer, em termos daquilo que somos capazes de fazer e de realizar? Ou há mais? Há mais o que puxar? Há mais o que evidenciar?", questionou.
E deixou um alerta, que já tem repetido outras vezes em Portugal: "Se nos distrairmos em excesso, em pular aquilo que não tenha importância, nós não vamos ser capazes de chegar ao futuro que queremos, que é o futuro da liderança, é o futuro da conquista, é o futuro do bem-estar, é o futuro da justiça social", disse.
"É responsabilidade de quem governa às vezes ir um bocadinho contra a maré, mas é para vencer a maré. Ou melhor dito, é para tirar partido da maré e chegar a um destino mais longe que, à partida, seria porventura inalcançável", disse, aproveitando a temática central do Pavilhão de Portugal na Expo Osaka, os oceanos.
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