Pelo Movimento 'Rui Moreira: Aqui Há Porto' absteve-se a vereadora Filipa Correia Pinto, assim como os dois vereadores do PSD.
"Eu sobre esta matéria irei votar contra porque acho que é a última das nossas preocupações relativamente à Metro do Porto e não quero ser acusado de radicalismo por parte do ministro das Infraestruturas [Miguel Pinto Luz] para o caso de eu ter de lhe dirigir uma carta", declarou Rui Moreira, numa referência às declarações do ministro sobre o metrobus do Porto.
Pelo Partido Socialista, Maria João Castro disse acompanhar a proposta porque os equipamentos públicos têm que ser capazes de dar resposta àquilo que vai ser o futuro, a nível das alterações climáticas.
Sérgio Aires, do Bloco de Esquerda, considerou que esta é uma situação que "desmobiliza e descredibiliza" um transporte que a cidade quer que seja utilizado.
"No verão, principalmente nos dias de maior calor, têm sido recorrentes as queixas dos utentes (...) que prendem-se com o facto, confirmado pela própria empresa Metro Do Porto, de se verificarem temperaturas superiores a 30 graus no interior das carruagens", pode ler-se na proposta da CDU a que a Lusa teve acesso e na qual se garante haver relatos de utentes que desmaiam.
A proposta pedia ainda que o executivo deliberasse manifestar ao conselho de administração da empresa a sua "insatisfação pelas condições em que estão a ser transportados os passageiros" que dizem ser "incompatíveis com um transporte público que se pretende, e exige, de qualidade" e ainda que o documento fosse enviado ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.
Apesar de a Metro do Porto ter informado que a resolução do problema é tecnicamente "difícil" e exige investimentos avultados, a CDU considera que "não é aceitável a manutenção desta situação" numa altura em que as vagas de calor tendem a aumentar e que a aposta em transporte público "é condição essencial para reduzir o uso do transporte individual, para reduzir a emissão de poluentes e descarbonizar a economia".
No início de agosto, a Metro do Porto admitiu à Lusa que "é difícil" melhorar o ar condicionado nos veículos antigos, já que uma renovação total do sistema implicaria ou a diminuição da lotação ou o custo de descontinuar os 72 comboios.
Em causa está a capacidade de refrigeração dos veículos Eurotram, que é frequentemente alvo de queixas dos passageiros no verão, época em que, além das deslocações diárias habituais por toda a rede, são mais procurados nas linhas Azul e Laranja, que servem a praia de Matosinhos.
Segundo fonte oficial da empresa, "o problema é mesmo a capacidade de arrefecimento dos equipamentos", pois "a forma como estão desenhados dificulta muito" possibilidades de melhorias.
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