O presumível autor de dois incêndios em Seia (nomeadamente, o que foi dado como dominado este domingo) terá ateado o fogo devido a uma "contenda" com um vizinho. Foi detido.
Em comunicado enviado às redações, a Polícia Judiciária (PJ) afirma que "os incêndios terão sido ateados com recurso a chama direta, em contexto de uma alegada contenda entre o suspeito e um vizinho, um perto de uma casa de habitação e o outro em formações vegetais espontâneas, em local favorável à sua propagação, não só pela continuidade da vegetação, como pela orografia do terreno."
Para além disso, antes de iniciar os fogos, o suspeito terá ainda "serrado uma grande quantidade de troncos e amontoado nos locais onde colocou os incêndios em questão".
O alerta foi dado pelo próprio vizinho através da linha de emergência nacional, levando a que a GNR de Seia se deslocasse ao local para fazer o “levantamento inicial do evento, identificando testemunhas que apontaram o homem como o presumível autor”.
O suspeito foi encontrado pelas autoridades “com queimaduras e ferimentos ligeiros, identificado pelos referidos militares e conduzido ao Posto de Seia”.
O homem, de 49 anos, foi formalmente detido no sábado e, já na altura, a PJ tinha dito que suspeitava que estivesse em causa um crime doloso.
O alegado incendiário vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação. O inquérito é titulado pelo Ministério Público da Guarda.
No comunicado, a PJ refere também que o fogo "foi provocado num período fortemente marcado por incêndios florestais no mesmo distrito e condições meteorológicas propícias à sua propagação, vento forte com rotações imprevisíveis quando o risco de incêndio era máximo", segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
De acordo com dados do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, pelas 16h50 de sábado, tinham ardido mais de 1.890 hectares num perímetro de 36,84 quilómetros.
O incêndio em Seia foi declarado como dominado por volta das 5h00, segundo um porta-voz do comando sub-regional das Beiras e Serra da Estrela da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) revelou à Lusa.
A mesma fonte sublinhou que o incêndio foi dominado "graças ao trabalho dos bombeiros, dos operacionais no terreno", mas admitiu que a chegada da chuva ajudou no combate às chamas.
Por volta das 23h00 de sábado, o mesmo comando sub-regional já tinha dito à Lusa que o combate ao incêndio estava "a decorrer favoravelmente" porque "os meios que estão a trabalhar estão a conseguir travar as frentes de incêndio que existem".
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