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Aluna de 10 anos representa Portugal na China em concurso de mandarim

Madalena Moutinho, uma jovem portuguesa de 10 anos que frequenta aulas de mandarim, vai representar Portugal no concurso internacional "Chinese Bridge", uma competição que reúne participantes de todo o mundo que aprendem essa língua.

Aluna de 10 anos representa Portugal na China em concurso de mandarim

© Reuters

Lusa
07/09/2025 06:41 ‧ há 1 dia por Lusa

O evento, que decorre em Pequim entre 16 e 26 de setembro, seleciona os melhores alunos estrangeiros da língua para provas de proficiência, cultura e talentos, sendo esta a primeira vez que Portugal terá um participante no escalão do ensino básico.

 

Madalena, que frequenta o Agrupamento de Escolas Clara de Resende, no Porto, e estuda mandarim numa escola particular em Vila do Conde, assume a responsabilidade de representar o país com entusiasmo, mas também com natural ansiedade.

"Existe um pouco de ansiedade, estou a sentir o peso da responsabilidade de representar Portugal, mas também acho que vou para lá divertir-me e conhecer novas pessoas", afirmou a jovem à Lusa, destacando que, "independentemente do resultado, a experiência já será única".

Madalena vai apresentar uma dança tradicional chinesa na prova

Na vertente do talento, Madalena vai apresentar uma dança tradicional chinesa, depois de uma introdução oral em mandarim perante o júri.

Nas semanas que antecedem a viagem, divide o tempo entre a escola regular, os ensaios e o consumo de conteúdos em chinês, desde filmes a aplicações digitais.

"O meu talento é a dança tradicional chinesa, nós temos um texto de apresentação e logo a seguir faço a prova de dança", disse, acrescentando que também acompanha produções audiovisuais em mandarim para reforçar a aprendizagem.

Entre responsabilidades escolares e momentos de lazer, Madalena cultiva uma relação descontraída e até divertida com a língua. Em casa, responde por vezes em chinês aos pais, que não compreendem a língua, e com as amigas fala mandarim quando não quer ser entendida por outros.

"Ela fala como os chineses falam", contou a professora

Na escola Boya Xue Tang, instalada na zona industrial da Varziela e frequentada por cerca de 80 alunos, a evolução da estudante é acompanhada de perto pela professora Sara Shi, de 63 anos, que está em Portugal há 13 e fundou o projeto após a reforma.

"A Madalena é uma aluna muito inteligente, aprende depressa e fala como os chineses falam, mas pode trabalhar mais porque tem capacidade para ser ainda melhor", destacou a docente, que vê no concurso uma oportunidade de dar visibilidade ao trabalho desenvolvido.

A professora sublinha ainda que esta será a primeira vez que um aluno português participa no escalão do ensino básico do concurso, salientando a importância simbólica do feito.

"Este concurso é muito importante para a Madalena e também para a nossa escola, nunca tivemos um aluno neste nível e é uma forma de mostrar ao país a qualidade dos nossos estudantes", referiu à Lusa.

A instituição funciona com a colaboração da Associação para o Desenvolvimento dos Chineses em Portugal, que disponibiliza o espaço e promove atividades culturais, como celebrações do Ano Novo Chinês ou espetáculos de dança, facilitando a integração entre jovens portugueses e descendentes de chineses.

Pais de Madalena estão "orgulhosos"

Do lado familiar, a mãe de Madalena recorda que a participação surge após as vitórias nacionais da filha em 2023 e 2025, competições realizadas em Lisboa e organizadas pelas entidades chinesas em Portugal.

"Estamos todos muito felizes e muito orgulhosos da Madalena, porque é a primeira vez que, no primeiro ciclo, uma aluna de mandarim portuguesa vai representar Portugal", afirmou Liliana Pires.

Os pais trabalharam em Macau e, nesse período, transmitiram à filha o gosto pela cultura e pela língua chinesa, incentivando-a a continuar a aprendizagem quando regressaram a Portugal.

"É importante permitir às crianças a oportunidade de falarem várias línguas, vivemos num mundo global e, desde a primeira hora, apoiámos este gosto da Madalena pelo mandarim", acrescentou a mãe, que acompanhará a filha à China.

Entre os sonhos para o futuro, a jovem estudante revela ambições já definidas, vendo na aprendizagem de mandarim uma ferramenta de vida.

"Eu penso que aprender mandarim é muito importante para o futuro e para o mundo em que vivemos, eu gostava de ser tradutora", afirmou, assumindo a vontade de melhorar, ainda mais, a sua fluência e capacidade escrita e leitura de mandarim.

Leia Também: Pena de 18 anos para chinês detido com chifres de rinoceronte no Zimbábue

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