Na sua página oficial de Internet, a procuradoria referiu que o suspeito comercializava na RaidForums bases de dados apropriados ilegitimamente com números de identificação bancária e de contas bancárias, dados de cartões de pagamento, credenciais de acesso a serviços de 'homebanking', dados de identificação civil, endereços de correio eletrónico e números de segurança social.
Nessa página de Internet registaram-se, pelo menos, 739.811 utilizadores, ressalvou.
A procuradoria sublinhou que o arguido, enquanto administrador, detinha acesso ilimitado a todas as funcionalidades daquela página de Internet e poderes para gerir a atividade dos membros.
"Enquanto administrador e utilizador do 'site' efetuou inúmeras publicações para venda de dados confidenciais obtidos ilicitamente e, paralelamente, a troco do pagamento de uma taxa (comissão) vendeu serviços de intermediário das transações ('middleman') garantindo o sucesso das mesmas entre os utilizadores/membros do 'site'", reforçou a PGR-P.
Os lucros com a gestão do RaidForums eram obtidos pelo arguido em criptoativos, através de diferentes plataformas, posteriormente canalizados para o sistema bancário nacional ou para uma conta Paypal, explicou.
A procuradoria vincou que com essa atividade o suspeito obteve mais de 634 mil euros, dinheiro com o qual comprou uma casa e um carro elétrico, no valor de 300 mil euros.
À data da apreensão, as contas bancárias tituladas pelo arguido tinham um saldo de 259 mil euros.
O Ministério Público requereu a perda a favor do Estado dos bens e valores obtidos pelo arguido com aquela atividade.
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