Estas votações, e consequente minuto de silêncio, aconteceram no final do debate no parlamento sobre os incêndios, que contou com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
José Pedro Aguiar-Branco propôs e os deputados reunidos em Comissão Permanente aprovaram por unanimidade quatro votos de pesar distintos, um por cada vítima mortal.
Um dos projetos de voto foi pela morte do bombeiro Daniel Bernardo Agrelo, voluntário da Covilhã, vítima de um acidente de viação que fez vários bombeiros feridos.
"Daniel Agrelo, de 44 anos, casado e pai de um filho, morreu em serviço, enquanto se deslocava para combater um incêndio rural ocorrido na região. Morreu envergando a farda e defendendo com determinação a segurança das populações e do território", enaltece.
Para o parlamento, esta morte "recorda ao país o absoluto heroísmo com que os bombeiros diariamente enfrentam os maiores perigos, arriscando as próprias vidas, em nome do bem comum" e "merecem, por isso, a profunda gratidão de toda a sociedade portuguesa".
"À família, aos amigos e ao Corpo de Bombeiros da Covilhã, endereça condolências. Expressa ainda a convicção de que o exemplo de Daniel Agrelo, associado ao de tantos outros bombeiros, será lembrado como referência de heroísmo, abnegação e serviço ao próximo", pode ler-se.
Foi ainda aprovado o pesar pela morte de Carlos Dâmaso, antigo presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca do Deão, que morreu no incêndio florestal no concelho da Guarda.
"Carlos Dâmaso morreu enquanto combatia as chamas, procurando evitar que se propagassem para a sua localidade. Num testemunho particularmente eloquente de solidariedade local, avançou para o combate ao fogo num trator que lhe foi emprestado pelo atual presidente da Junta de Freguesia, de quem era adversário eleitoral, mas também amigo e vizinho", elogia, prestando "tributo ao seu testemunho de dedicação cívica e comunitária".
Os deputados aprovaram também um voto de pesar pela morte do sapador florestal Daniel Esteves, que trabalhava numa empresa privada ligada à proteção da floresta e morreu na sequência de ferimentos enquanto combatia um incêndio no concelho do Sabugal.
"Daniel Esteves bateu-se com bravura, abnegação e espírito de missão, procurando pôr cobro a um incêndio que ameaçava vidas humanas, património e floresta. O país presta-lhe homenagem, com a gratidão que é devida aos heróis", refere.
Foi ainda viabilizado um voto de pesar pela morte de Adolfo Santos enquanto combatia o incêndio que deflagrou no concelho de Mirandela.
"Em razão do seu trabalho, contava já com alguma experiência no combate aos fogos, tendo estado envolvido, ao longo dos anos, em diversas operações de circunscrição e contenção das chamas, em diferentes pontos do país. Morreu nesta terça-feira, em mais uma zona de incêndio", lamenta, evocando "com gratidão cívica o seu testemunho de abnegação, coragem e sacrifício".
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