Em comunicado, a Câmara Municipal de Loures, no distrito de Lisboa, explica que duas das seis construções, que poderão ser demolidas a partir de quinta-feira, foram identificadas já hoje.
"Duas destas estruturas estavam anteriormente identificadas como arrumos de ferramentas agrícolas, mas foram, entretanto, transformadas em alojamento improvisado", refere a autarquia.
Em declarações à agência Lusa na segunda-feira, fonte do município, presidido pelo socialista Ricardo Leão, indicou que iriam ser demolir quatro construções precárias, que terão sido reerguidas no fim de semana de 16 e 17 de agosto.
A mesma fonte esclareceu ainda que não existe qualquer impedimento legal para travar a demolição das quatro habitações precárias, uma vez que a providência cautelar em vigor que suspendeu as operações desencadeadas em 14 de julho, aprovada por um tribunal administrativo de Lisboa, só abrange anteriores construções.
Na nota divulgada hoje, a Câmara de Loures indica que se trata de "edificações recentes, erguidas por ocupantes que já tinham construído no mesmo local, configurando situações de reincidência".
Entre os casos identificados, a autarquia refere o de uma família que já tinha visto a sua construção demolida por duas vezes em 2024, altura em que recebeu apoio económico para caução e primeira renda de casa, tendo, posteriormente, regressado ao bairro do Talude.
"Outras quatro famílias tinham sido acompanhadas pelos serviços de Ação Social em demolições anteriores. Três recusaram assinar consentimento ou aceitar alojamento em pensão e uma declarou estar à procura de alternativa habitacional. Uma família continua ainda por identificar", lê-se na nota.
A Câmara de Loures assegura ainda que as suas equipas, compostas por técnicos da ação social, "estão no terreno, em contacto direto com as famílias, apresentando apoios e soluções adaptados a cada situação, desde alternativas de alojamento e alimentação até medidas de acompanhamento social e integração".
Em 14 de julho, a autarquia de Loures desencadeou uma operação de demolição de 64 casas precárias e construídas pelos moradores no Talude Militar, onde viviam 161 pessoas, tendo sido demolidas 51 no primeiro dia e outras quatro no segundo.
A operação foi entretanto suspensa após o despacho de um tribunal de Lisboa, na sequência de uma providência cautelar interposta por 14 moradores.
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