Assédio nas artes em Portugal: Inquérito nacional já está disponível

Segundo a investigadora Dália Costa, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, são esperadas pelo menos entre 400 a 1.000 respostas.

assédio sexual, assédio laboral

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Carolina Pereira Soares com Lusa
25/07/2025 10:42 ‧ há 3 semanas por Carolina Pereira Soares com Lusa

País

Assédio

O projeto MUSA - Assédio nas Artes em Portugal lançou esta sexta-feira um inquérito nacional que visa fazer o levantamento de situações de assédio laboral e preparar respostas para melhorar o setor.

 

O projeto começou em abril deste ano e este inquérito é a primeira atividade que estão a promover. Disponibilizado agora, os resultados só vão ser conhecidos em março de 2026. Caso tenha interesse, pode realizar o inquérito aqui. Vai estar disponível até setembro.

Objetivo do inquérito

A performer e investigadora Raquel André, uma das coordenadoras científicas da MUDA, explicou à Lusa que "um dos grandes objetivos é conseguir chegar ao mais diverso grupo possível de pessoas de diferentes locais do país, com contratos laborais diferentes; artistas, técnicos, produtores, professores, estudantes".

Segundo a investigadora Dália Costa, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, são esperadas pelo menos entre 400 a 1.000 respostas.

"Queremos saber que pessoas, com que idade, com que identidade de género, com que vulnerabilidade do ponto de vista da deficiência" têm situações a relatar, enumerou a investigadora.

O estudo está a ser realizado por uma equipa multidisciplinar de investigadoras: Ana Bártolo e Isabel Silva (Psicologia), Dália Costa (Sociologia), Joana Neto (Direito do Trabalho).

De seguida na agenda, o projeto pretende criar um Manual de Boas Práticas, Conversas e Ações de Formação, que ainda está à espera de financiamento.

Inquérito financiado pelo Governo em 45 mil euros

Este inquérito nacional conta com o apoio financeiro da Direção-Geral das Artes e o financiamento obtido, de 45 mil euros, só permite restringi-lo às artes performativas e cruzamentos disciplinares, deixando de fora as artes visuais, o cinema e o audiovisual.

"Não é abrangente de toda a Cultura. O mais importante é começar, por isso é que falamos de mapeamento e não de amostra representativa. Mas temos de começar por algum lado, por alguma ponta desta meada", reconheceu a investigadora Dália Costa.

E Sara Castro, que também faz parte da coordenação executiva, sublinhou a vertente informativa do projeto MUDA: "Quando nos lançamos sobre este assunto apercebemo-nos da total falta de literacia sobre este tema, que existe de uma forma transversal. As pessoas nem sabem que algumas situações podem ser consideradas assédio, quanto mais saber onde fazer uma denúncia."

O que fazer em caso de assédio

No site o próprio projeto disponibiliza linhas de orientação sobre o que fazer em caso de ser vítima de assédio ou em caso de testemunhar ou conhecer alguém que tenha sido. Pode ver as recomendações aqui.

Para quem foi vítima deste crime o conselho é sempre contar a alguém de confiança, ficar com provas do que aconteceu e apresentar queixa às autoridades ou mesmo internamente, na instituição em que aconteceu. Sempre com a consciência de que o culpado é o agressor, nunca a vítima.

Nos restantes casos, resta, muitas vezes, apenas apoiar a pessoa que foi alvo deste assédio e tentar sensibilizá-la para a situação (caso não se tenha apercebido do que está a acontecer). Se tiver visto algo, pode-se oferecer como testemunha.

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