O tribunal entendeu que não ficaram provados os dois crimes de dano e acesso ilegítimo de que Cristina Rodrigues estava acusada pelo Ministério Público.
Para além de Cristina Rodrigues, este julgamento contou com outra arguida, Sara Fernandes, ex-funcionária do PAN, acusada pelo Ministério Público do crime de dano relativo a programas ou outros dados informáticos, em coautoria com a atual deputada do Chega. Sara Fernandes foi também absolvida.
O tribunal entende que "a prova produzida não foi suficiente para mostrar que tenham atuado do modo descrito na acusação", referiu a juíza responsável pelo processo.
À saída do tribunal, Cristina Rodrigues disse que "o único apagão que houve foi mesmo a decência da líder do PAN".
"Passados cinco anos desta situação, de estar a receber inúmeros ataques, seja políticos, seja por parte do PAN, acabou por se fazer justiça", adiantou a atual deputada do Chega.
A parlamentar disse ainda que quer ser "ressarcida de todos os danos" que a situação lhe provocou.
Em causa neste processo está um "apagão informático" nos 'emails' de dirigentes do PAN em 2020, quando Cristina Rodrigues era ainda deputada do partido.
O MP considerou que "as arguidas agiram de forma deliberada, livre e consciente, de acordo com um plano previamente traçado, com o objetivo de vedar o acesso do PAN e seus militantes ao conteúdo das mensagens de correio eletrónico" do partido, lê-se na acusação.
"As arguidas removeram da referida caixa de mensagens milhares de mensagens de correio eletrónico ali constantes, o que sabiam não ter autorização para fazer. Visavam as arguidas - e conseguiram - impedir o partido PAN de prosseguir a sua atividade política", lê-se no despacho.
Nas alegações finais, o Ministério Público não pediu uma pena concreta, tendo considerado que "não é credível que alguém se faça desfiliar às 10:00 da manhã de um dia e esteja a fazer alterações a um ficheiro às 16:00 do dia anterior".
O MP argumentou que bastava utilizar "algum senso comum" para "concluir, sem grandes saltos de raciocínio, que houve uma mudança massiva de diretórios e a seguir uma operação de delete".
Na primeira sessão deste julgamento, Cristina Rodrigues negou os factos que constam na acusação do MP: "Para já, apenas digo que rejeito os factos que me são imputados".
[Notícia atualizada às 15h58]
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