O diretor do serviço de ortopedia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, apresentou demissão, avança a SIC Notícias.
A demissão terá sido apresentada esta manhã, sem que se saiba ainda muitos pormenores sobre as suas motivações.
Contudo, sabe-se que 12 médicos ortopedistas do maior hospital do país apresentaram recentemente um pedido de escusa às horas extraordinárias, nomeadamente internos e jovens especialistas, que estavam a assegurar grande parte do serviço.
Paulo Almeida apresentou a demissão numa altura em que o serviço de urgência de ortopedia esteve encerrado várias vezes nas últimas semanas devido à falta de profissionais.
podendo esta situação estar na origem da decisão do diretor do serviço.
O hospital de Santa Maria tem estado envolvido em várias polémicas nos últimos meses, a última delas relacionada com a realização de cirurgias que valeram centenas de milhares de euros a um médico dermatologista.
Diretor clínico demitido devido a polémica com cirurgias
Na sequência disso, a administração da unidade de saúde, presidida por Carlos Martins, anunciou alterações na sua composição, que passariam pela saída do seu diretor clínico Rui Tato Marinho, mas também da diretora clínica para os cuidados de saúde primários.
Tato Marinho é o quarto diretor demitido, no último ano e meio no hospital, desde que começou o mandato da atual administração liderada por Carlos Martins.
O alegado aproveitamento do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), levou o presidente da ULSSM a avançar também com auditorias e suspender a produção adicional de cirurgias de dermatologia.
Na senda desta notícia, o diretor clínico da Unidade Local de Saúde Santa Maria (ULSSM) Rui Tato Marinho afirmou que continuaria a desempenhar as suas funções, desconhecendo que esteja a decorrer um procedimento legal para a sua substituição.
"Desconheço, em absoluto, qualquer procedimento legal que possa ter sido iniciado para alteração da constituição do conselho de administração da ULSSM, não tendo sido notificado de qualquer ato ou decisão a respeito, seja de que órgão ou instituição for", adiantou o médico numa carta a que a agência Lusa teve acesso.
Na carta, o médico adiantou ainda ser "totalmente alheio às notícias infundadas que, nos últimos dias, foram veiculadas na comunicação social", alegando que o envolvem de "forma injusta e irresponsável".
"São evidentes os prejuízos que esta exposição pública me tem causado, quer ao nível pessoal quer profissional e que apenas agravam os danos que se acumulavam já pelo modo como, em inúmeras situações, tenho sido tratado no seio do conselho de administração da ULSSM", lamentou Rui Tato Marinho.
[Notícia atualizada às 11h03]
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